Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês – Capítulo 3

10/12/2004 03:00 Atualizado: 28/04/2022 11:24

A TIRANIA DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS

Este é o terceiro dos Nove Comentários

Original em chinês, 19 de novembro de 2004.

Atualizado em 28 de abril de 2022.

Quando se menciona tirania, a maioria do povo chinês se lembra de Qin Shihuang (259-210 a.C.), o primeiro imperador da dinastia Qin, cujo opressivo governo queimou livros filosóficos e enterrou vivos estudantes de Confúcio. O tratamento cruel de Qin Shihuang ao seu povo veio de sua política de “sustentar seu regime com todos os recursos sob o Céu” [1]. Essa política tinha quatro aspectos principais: impostos excessivamente pesados; desperdício de trabalho humano em projetos para glorificar o imperador; torturas brutais apoiadas por leis severas, incluindo a punição para membros da família e vizinhos do ofensor; e o controle mental, ao bloquear todas as vias de pensamento livre e formas de expressão, por meio da queima de livros e até enterrando estudiosos vivos. Sob o governo de Qin Shihuang, a China tinha uma população de cerca de 10 milhões; a corte Qin recrutou cerca de dois milhões para realizar trabalho forçado. Qin Shihuang estendeu suas leis severas ao domínio intelectual, proibindo em larga escala a liberdade de pensamento. Durante seu governo, milhares de estudiosos de Confúcio e oficiais que criticaram o governo foram mortos.

Hoje, a violência e os abusos do Partido Comunista Chinês (PCCh) são ainda mais severos do que os da tirânica dinastia Qin. A filosofia do Partido Comunista Chinês é a “luta”, e o regime do Partido Comunista Chinês foi construído sobre uma série de “lutas de classe”, “lutas por caminhos”, e “lutas ideológicas”, tanto na China, como com outras nações. Mao Tsé-Tung, o primeiro líder do Partido Comunista Chinês da República Popular da China (RPC), falou sobre isso abertamente, dizendo: “Sobre o que o Imperador Qin Shihuang pode fazer alarde? Ele matou somente 460 estudiosos de Confúcio, mas nós matamos 46 mil intelectuais. Há pessoas que nos acusam de exercermos uma ditadura como o Imperador Qin Shihuang e nós admitimos tudo isso. Condiz com a realidade. É uma pena que eles não nos deem crédito suficiente, então nós temos que fazer mais”. [2]

Vamos dar uma olhada nos 55 duros anos da China sob o regime do Partido Comunista Chinês. Como sua filosofia de base é a “luta de classes”, o Partido Comunista Chinês não poupou esforços desde que tomou o poder para cometer genocídio de classe, e construiu seu reinado de terror mediante revolução violenta. Assassinatos e lavagem cerebral foram usados conjuntamente para suprimir qualquer crença que não fosse a teoria comunista. O Partido Comunista Chinês lançou sucessivos movimentos para se representar como infalível e divino. Seguindo suas teorias de luta de classe e revolução violenta, o Partido Comunista Chinês tentou purgar os dissidentes e as classes sociais opositoras, usando a violência e a fraude para forçar todo o povo chinês a se tornar servo obediente de seu regime tirânico.

I. Reforma agrária – eliminando a classe dos senhores de terra

Apenas três meses depois de estabelecida a China comunista, o Partido Comunista Chinês começou a eliminação da classe dos senhores de terra como uma das diretrizes do seu programa nacional de reforma agrária. O slogan do Partido “a terra para o agricultor” incitou o lado egoísta dos camponeses sem terra, encorajando-os a lutar contra os senhores de terra por quaisquer meios e a desconsiderar as implicações morais de seus atos. A campanha de reforma agrária estipulou explicitamente a eliminação da classe dos senhores de terra e dividiu a população rural em diferentes categorias sociais. Vinte milhões de habitantes rurais em toda a nação foram rotulados de “senhores de terra, camponeses ricos, reacionários, ou maus elementos”. Esses novos rejeitados encararam discriminação, humilhação e a perda de todos os seus direitos civis. Conforme a campanha de reforma agrária alcançava áreas remotas e vilas de minorias étnicas, as organizações do Partido Comunista Chinês também se expandiam rapidamente. Os comitês do Partido nos municípios e as agências do Partido nas vilas se espalharam por toda a China. As agências locais eram as porta-vozes das instruções do Comitê Central do Partido e estavam na linha de frente da luta de classe, incitando os camponeses a se levantarem contra os senhores de terra. Perto de 100 mil senhores de terra morreram durante esse movimento. Em certas áreas, o Partido Comunista Chinês e os camponeses mataram famílias inteiras de senhores de terra, ignorando o sexo ou a idade, como uma maneira de acabar completamente com a classe de senhores de terra.

Ao mesmo tempo, o Partido Comunista Chinês lançava sua primeira onda de propaganda, declarando que “o presidente Mao é o grande salvador do povo” e que “somente o Partido Comunista Chinês pode salvar a China”. Durante a reforma agrária, os camponeses sem terra obtiveram o que queriam mediante a política do Partido Comunista Chinês de colher sem trabalhar, roubar sem se preocupar com os meios. Camponeses pobres deram crédito ao Partido Comunista Chinês por melhorar suas vidas e assim aceitaram a propaganda do Partido Comunista Chinês de que o Partido trabalhava para o interesse do povo.

Para os novos detentores da terra, os bons dias da “terra para o agricultor” tiveram vida curta. Em dois anos, o Partido Comunista Chinês impôs aos agricultores um número de práticas, tais como grupos de ajuda mútua, cooperativas primárias, cooperativas avançadas e comunas populares. Usando o slogan de crítica “mulheres com pés atados” – isto é, aqueles que estão em ritmo lento –, o Partido Comunista Chinês dirigiu e forçou, ano após ano, camponeses ansiosos a “precipitarem-se” no socialismo. Com os grãos, o algodão e o óleo de cozinha colocados sob um sistema nacional unificado de aquisição, os principais produtos agrícolas foram excluídos do mercado livre. Além disso, o Partido Comunista Chinês criou um sistema de registro residencial, impedindo os agricultores de irem para as cidades à procura de trabalho ou para morar. Os que eram registrados como residentes rurais não tinham permissão para comprar grãos em armazéns controlados pelo governo e suas crianças eram proibidas de receber educação nas cidades. Os filhos de agricultores só podiam ser agricultores, transformando 360 milhões de residentes rurais no início dos anos de 1950 em cidadãos de segunda classe.

A partir de 1978, nos primeiros cinco anos após a passagem de um sistema de contrato coletivo para um sistema familiar, alguns entre os 900 milhões de agricultores melhoraram de situação, com suas rendas crescendo consideravelmente e o status social de certa forma melhorou. Entretanto, esse pequeno benefício foi logo perdido devido à política de preços que valorizava os produtos industriais em detrimento dos produtos agrícolas, e os agricultores mergulharam novamente na pobreza. A diferença de renda entre a população urbana e a rural cresceu drasticamente e a disparidade econômica continuou a aumentar. Novos senhores de terra e camponeses ricos emergiram nas áreas rurais. Dados da Agência de Notícias Xinhua, a porta-voz do Partido Comunista Chinês, mostram que,  desde 1997, o rendimento das maiores áreas de produção de grãos e a renda da maioria das famílias rurais permaneceram da mesma forma, em alguns casos até caíram. Em outras palavras, o ganho dos camponeses com a produção agrícola realmente não cresceu. A razão entre renda urbana e a rural aumentou de 1.8/1 em 1980, para 3.1/1 hoje.

II. Reformas na indústria e no comércio – eliminando a classe capitalista

Outra classe que o Partido Comunista Chinês queria eliminar era a burguesia nacional que detinha o capital nas cidades e nas vilas rurais. Enquanto reformava a indústria e o comércio da China, o Partido Comunista Chinês alegava que a classe capitalista e a classe trabalhadora eram diferentes em natureza: a primeira era a classe exploradora enquanto que a outra era a classe não-exploradora e anti-exploradora. De acordo com essa lógica, a classe capitalista havia nascido para explorar e não pararia até que perecesse; ela só poderia ser eliminada, e não reformada. A partir dessas premissas, o Partido Comunista Chinês se valeu da matança e da lavagem cerebral visando  “transformar” capitalistas e comerciantes. O Partido Comunista Chinês usou o seu já testado método de aceitar o obediente e de destruir os que discordam. Se a pessoa entregasse seus ativos ao Estado e apoiasse o Partido Comunista Chinês, ela era considerada um problema menor entre o povo. Se por outro lado ela discordasse ou se queixasse da política do Partido Comunista Chinês, seria rotulada de reacionária e se tornaria alvo da ditadura draconiana do Partido Comunista Chinês.

Durante o reinado do terror que emergiu com essas reformas, capitalistas e homens de negócios entregaram seus ativos. Muitos deles não suportaram a humilhação que tiveram de enfrentar e cometeram suicídio. Chen Yi, então prefeito de Xangai, perguntava todo dia, “Quantos paraquedistas há hoje?”, referindo-se ao número de capitalistas que cometeram suicídio pulando do topo dos prédios naquele dia. Em poucos anos, o Partido Comunista Chinês eliminou completamente a propriedade privada na China.

Enquanto executava seus programas de reformas agrária e industrial, o Partido Comunista Chinês lançou vários movimentos que perseguiam o povo chinês. Esses movimentos incluíam: a supressão dos “contrarrevolucionários”; campanhas de reforma ideológica; a eliminação do grupo anti-PCCh, liderado por Gao Gang e Rao Shushi [3] e a investigação do grupo “contrarrevolucionário” de Hu Feng [4]; a “Campanha Três-Anti”; a “Campanha Cinco-Anti”; e ainda outros expurgos e eliminações de contrarrevolucionários. O Partido Comunista Chinês usou esses movimentos para perseguir brutalmente um número incontável de pessoas inocentes. Em cada movimento político, o Partido Comunista Chinês utilizou totalmente o controle dos recursos do governo em conjunto com os comitês do Partido, agências e ramificações menores. Três membros do Partido formariam uma pequena equipe de combate, infiltrando-se em todas as vilas e vizinhanças. Essas equipes estariam em todo lugar, sem deixar pedra sobre pedra. Essa rede do Partido profundamente entrincheirada, herdada da organização do Partido Comunista Chinês durante os anos de guerra em que havia “agências do Partido instaladas dentro do exército”, desempenharam, desde então, um papel chave nos movimentos políticos.

III. Repressão sobre religiões e grupos religiosos

O Partido Comunista Chinês cometeu outra atrocidade na brutal supressão sobre as religiões e na completa proibição dos grupos religiosos após a fundação da República Popular da China. Em 1950, o Partido Comunista Chinês instruiu os governos locais a banirem todas as crenças religiosas não oficiais e sociedades secretas. O Partido Comunista Chinês declarou que aqueles grupos clandestinos “feudalistas” eram somente ferramentas nas mãos dos senhores de terra, camponeses ricos, reacionários e agentes especiais do KMT. Na repressão nacional, o governo mobilizou as classes em que confiava para identificar e perseguir os membros de grupos religiosos. Os governos em vários níveis estavam diretamente envolvidos em dissolver tais “grupos supersticiosos” como comunidades de cristãos, católicos, taoistas (principalmente os seguidores de I-Kuan Tao) e budistas. Os membros dessas igrejas, templos e sociedades religiosas receberam ordens para se registrarem junto às agências do governo e se arrependerem de seus envolvimentos. Se não o fizessem, seriam severamente punidos. Em 1951, o governo divulgou formalmente regulamentos ameaçando com prisão perpétua ou pena de morte aqueles que continuassem suas atividades em grupos religiosos não oficiais.

Esse movimento perseguiu um grande número de pessoas bondosas e respeitadoras da lei que acreditavam em Deus. Estatísticas incompletas indicam que, em 1950, o Partido Comunista Chinês perseguiu pelo menos três milhões de crentes religiosos e membros de grupos secretos, muitos dos quais foram mortos.

O Partido Comunista Chinês vasculhou quase todas as casas do país e interrogou seus membros, até destruiu estátuas do Deus da Cozinha que os camponeses chineses tradicionalmente adoravam. As execuções reforçavam a mensagem do Partido Comunista Chinês de que a ideologia comunista era a única ideologia legítima e a única fé legítima. O conceito de crentes “patriotas” logo emergiu. A Constituição do Estado protegia apenas os crentes “patriotas”. A realidade era que, seja qual fosse a religião em que alguém acreditasse, existia somente um critério: era necessário seguir  as instruções do Partido Comunista Chinês, além de reconhecer que o Partido Comunista Chinês estava acima de todas as religiões. Se você fosse um cristão, o Partido Comunista Chinês era o Deus do Deus cristão. Se você fosse um budista, o Partido Comunista Chinês seria o Mestre Buda do Mestre Buda. Entre os muçulmanos, o Partido Comunista Chinês era o Alá do Alá. No que diz respeito ao Buda Vivo do budismo tibetano, o Partido Comunista Chinês interviria e ele mesmo escolheria quem seria o Buda Vivo. O Partido Comunista Chinês deixou as pessoas sem saída a não ser dizer e fazer o que o Partido Comunista Chinês demandasse que se dissesse e se fizesse. Todos os crentes foram forçados a seguir os objetivos do Partido Comunista Chinês enquanto continuavam apenas nominalmente com suas respectivas crenças. Não proceder assim faria de alguém o alvo da perseguição e da ditadura do Partido Comunista Chinês.

Conforme uma reportagem da revista online Humanity and Human Rights, de 22 de fevereiro de 2002, 20 mil cristãos realizaram uma pesquisa entre 560 mil cristãos em igrejas domésticas em 207 cidades e 22 províncias na China. A pesquisa descobriu que entre os participantes de igrejas domésticas, 130 mil estavam sob a vigilância do governo. No livro “Como o Partido Comunista Chinês Perseguiu Cristãos” (1958) [5] foi declarado que, por volta de 1957, o Partido Comunista Chinês matou cerca de 11 mil adeptos de religiões e prendeu arbitrariamente e extorquiu dinheiro de muitos mais.

Eliminando a classe dos senhores de terra e dos capitalistas e perseguindo grande número de pessoas religiosas e cumpridoras das leis, o Partido Comunista Chinês abriu caminho para o comunismo se tornar a religião absoluta da China.

IV. O movimento antidireitista – lavagem cerebral em todo o país

Em 1956, um grupo de intelectuais húngaros formou o Círculo Petőfi, que promoveu fóruns e debates críticos ao governo húngaro. O grupo desencadeou uma revolução nacional na Hungria que foi esmagada por soldados soviéticos. Mao Tsé-Tung tomou esse “Evento Húngaro” como uma lição. Em 1957, Mao chamou os intelectuais chineses e outras pessoas para “ajudarem o Partido Comunista Chinês a se retificar”. Esse movimento, mais conhecido como “Movimento das Cem Flores”, dizia seguir o slogan de “deixar desabrochar uma centena de flores e deixar concorrer uma centena de escolas de pensamento”. Na verdade, o propósito de Mao era identificar os “elementos anti-Partido”. Em 1957, em uma carta aos chefes do Partido nas províncias, Mao Tsé-Tung falou de sua intenção de “atrair as serpentes para fora de seus buracos”, deixando-os expor livremente seus pontos de vista em nome da liberdade de pensamento e de retificar o Partido Comunista Chinês.

Na época, várias propagandas encorajavam as pessoas a falarem e prometiam que o Partido não faria represálias, que ele não iria “agarrar o porco pelo rabo, baixar o cassetete, rotular ou ajustar contas mais tarde”, enfim, significando que o Partido não procuraria faltas, não faria ataques, não colocaria rótulos, nem faria retaliações. No entanto, logo depois, o Partido Comunista Chinês iniciou um movimento “antidireitista”, declarando “direitistas” as 540 mil pessoas que ousaram falar. Entre elas, 270 mil perderam seus empregos, e 230 mil foram consideradas como “direitistas medianos” ou “elementos anti-PCCh e antissocialistas”. Mais tarde, a estratégia de perseguição política do Partido Comunista Chinês foi resumida em quatro pontos: atrair as serpentes para fora de suas tocas; fabricar crimes, atacando de surpresa e punindo com uma simples acusação; atacar implacavelmente alegando estar salvando as pessoas; e forçar a autocrítica e usar os mais severos rótulos.

Quais foram então os “discursos reacionários” que fizeram com que muitos direitistas e anticomunistas fossem exilados por cerca de 30 anos nos cantos mais longínquos da nação? As “três principais teorias reacionárias”, os alvos dos ataques gerais e intensos da época, consistiam de alguns discursos de Luo Longji, Zhang Bojun e Chu Anping. Um olhar mais minucioso no que eles propunham e sugeriam mostra que os anseios deles eram bastante benignos.

Luo sugeriu formar uma comissão conjunta do Partido Comunista Chinês e de vários partidos democráticos para investigar os desvios nas campanhas Três-Anti e Cinco-Anti e nos movimentos para eliminar reacionários. O Conselho do Estado por si mesmo frequentemente apresentava algo ao Comitê Político Deliberativo e ao Congresso do Povo para observações e comentários, e Zhang sugeria que o Comitê Político Deliberativo e o Congresso do Povo fossem incluídos no processo de tomada de decisões.

Chu sugeriu que, como indivíduos que não eram membros do Partido Comunista Chinês também possuíam boas ideias, autoestima e senso de responsabilidade, não havia necessidade de que fosse designado um membro do Partido Comunista Chinês como responsável por cada unidade de trabalho, pequena ou grande, ou mesmo pelas equipes subordinadas a cada unidade de trabalho em ao longo de toda a nação. Não havia necessidade também de que tudo, desde as coisas maiores às menores, fosse feito da forma como os membros do Partido Comunista Chinês sugeriam. Todos os três expressaram seus desejos de seguirem o Partido Comunista Chinês e nenhuma das sugestões deles ultrapassou os limites demarcados pelas famosas palavras do escritor e crítico Lu Xun [6], “Meu mestre, sua beca ficou suja. Por favor, tire-a que eu a lavarei para o senhor”. Assim como Lu Xun, esses “direitistas” demonstraram docilidade, submissão e respeito.

Nenhum dos “direitistas” condenados sugeriram que o Partido Comunista Chinês fosse derrubado; tudo o que eles ofereceram foi uma crítica construtiva. Porém, justamente por causa de suas opiniões, dezenas de milhares de pessoas perderam sua liberdade e milhões de famílias sofreram. O que se seguiu foram mais movimentos como “fazendo confidências ao Partido Comunista Chinês”, identificando os conservadores, a nova “Campanha Três-Anti”, enviando intelectuais para trabalho forçado no campo e apanhando os direitistas que não foram pegos na primeira vez. Quem quer que estivesse em desacordo com o líder do local de trabalho, principalmente com os secretários do Partido, seria rotulado como anti-PCCh. O Partido Comunista Chinês correntemente os submetia à crítica constante ou os enviava a campos de trabalho para reeducação forçada. Algumas vezes, o Partido mudava famílias inteiras para áreas rurais e impedia que suas crianças fossem à escola ou ao exército. Eles não podiam procurar trabalho nem nas cidades, nem nas vilas próximas. As famílias perdiam o seguro desemprego bem como os benefícios da saúde pública. Eles se tornavam modestos membros da classe dos trabalhadores do campo e párias, mesmo entre os cidadãos da segunda classe.

Depois da perseguição aos intelectuais, alguns deles desenvolveram uma dupla personalidade. Eles seguiam de perto o “Sol Vermelho” e se tornaram “intelectuais escolhidos” do Partido Comunista Chinês, fazendo e dizendo tudo o que o Partido Comunista Chinês pedia que fizessem e falassem. Outros se distanciaram dos assuntos políticos. Os intelectuais chineses, que tradicionalmente possuíam um forte senso de responsabilidade com a nação, foram silenciados desde então.

V. O Grande Salto para Frente – criando falsidades para testar a lealdade do povo

Depois do Movimento Antidireitista, a China se tornou temerosa da verdade. As pessoas passaram a se juntar para ouvir, dizer e criar histórias falsas, evitando e encobrindo a verdade com mentiras e boatos. O Grande Salto para Frente foi um exercício coletivo da mentira abrangendo todo o país. O povo de uma nação inteira, sob a direção do espectro maligno do Partido Comunista Chinês, fez muitas coisas ridículas. Tanto os mentirosos quanto os que ouviam as mentiras foram traídos. Nessa campanha de mentiras e ações ridículas, o Partido Comunista Chinês implantou sua energia violenta e maligna no mundo espiritual do povo chinês. Na época, muitas pessoas cantavam canções promovendo o Grande Salto para Frente, “Eu sou o Imperador de Jade, eu sou o Rei Dragão. Eu ordeno às três montanhas e aos cinco desfiladeiros que abram caminho, aqui vou eu”. [7] Ano após ano, tentaram-se políticas como “conseguindo uma produção de grãos de 75 mil kg por hectare”, “dobrando a produção de aço”, e “ultrapassando a Inglaterra em 10 anos e os EUA em 15 anos”. Essas políticas resultaram em miséria e fome por toda a nação, o que custou milhões de vidas.

Em 1959, durante o 8º Plenário da 8ª Reunião do Comitê Central do Partido Comunista Chinês em Lushan, quem dentre os participantes não concordava com a opinião do General Peng Dehuai [8] de que o Grande Salto para Frente lançado por Mao Tsé-Tung foi uma tolice? Entretanto, apoiar ou não a política de Mao delimitava a linha entre a lealdade e a traição, ou a linha entre a vida e a morte. Em um conto da história chinesa, quando Zhao Gao [9] alegou que um veado era um cavalo, ele sabia a diferença entre um e outro, mas ele propositadamente chamou o veado de cavalo para controlar a opinião pública, silenciar debates e expandir seu próprio poder. O resultado do Plenário de Lushan foi que até mesmo Peng Dehuai foi forçado a assinar uma resolução condenando-se e expulsando a si mesmo do governo. Da mesma forma, nos últimos anos da Revolução Cultural, Deng Xiaoping foi forçado a prometer que ele nunca apelaria contra a decisão do governo de removê-lo de seu posto.

A sociedade se fia sobre experiências do passado para entender o mundo e expandir seus horizontes. O Partido Comunista Chinês, entretanto, tirou do povo as oportunidades de aprender com experiências e lições históricas. A censura oficial da mídia somente tem ajudado a reduzir a capacidade do povo de discernir entre o bom e o mau. Após cada movimento político, as gerações mais jovens somente têm recebido referências inspiradoras do Partido, mas têm sido desprovidas das análises, dos ideais e das experiências das pessoas criteriosas das gerações mais velhas. Como resultado, as pessoas possuem somente informações avulsas para lastrear seu entendimento da história e julgar novos eventos, pensando estar corretas quando estão a milhares de milhas em relação à verdade. Assim, a política do Partido Comunista Chinês de manter o povo ignorante tem sido empenhada com rigor.

VI. A Revolução Cultural – o mundo de cabeça para baixo pela possessão maligna

A Revolução Cultural foi uma grande atuação do espectro comunista, uma vez que ele possuiu a China inteira. Em 1966, uma grande onda de violência tomou conta de toda a China e um incontrolável terror vermelho sacudiu as montanhas e congelou os rios. O escritor Qin Mu descreveu a Revolução Cultural em termos sombrios:

“Foi verdadeiramente uma calamidade sem precedentes: [o PCCh] aprisionou milhões por sua ligação com um familiar [perseguido], acabou com a vida de outros milhões mais, aniquilou famílias, transformou crianças em vândalos e vilões, queimou livros, demoliu monumentos históricos e destruiu as tumbas de antigos intelectuais, cometendo todo tipo de crimes em nome da revolução.”

Os registros mostram que o número de mortes não naturais na China chegou a 7,73 milhões durante a Revolução Cultural.

As pessoas, com frequência, pensam erroneamente que a violência e o massacre durante a Revolução Cultural aconteceram, em sua maior parte, durante os movimentos rebeldes e que foram a Guarda Vermelha [10] e os rebeldes que promoveram a matança. Entretanto, milhares de anuários municipais chineses publicados oficialmente mostram que o auge das mortes não naturais durante a Revolução Cultural não foi em 1966, quando a Guarda Vermelha controlava a maioria das organizações do governo, ou em 1967, quando os rebeldes armados de diferentes grupos lutaram entre si, mas sim em 1968, quando Mao retomou o controle sobre todo o país. Os assassinatos, nesses casos infames, foram conduzidos por oficiais do exército e soldados, pela milícia armada e membros do Partido Comunista Chinês em todos os níveis do governo.

Os exemplos a seguir ilustram como a violência durante a Revolução Cultural foi a política do Partido Comunista Chinês e do governo em nível local, e não o comportamento extremista da Guarda Vermelha. O Partido Comunista Chinês tem encoberto a atuação de líderes do Partido e oficiais do governo na incitação da violência e no direto envolvimento nela.

Em agosto de 1966, a Guarda Vermelha expulsou os moradores de Pequim que haviam sido classificados em movimentos anteriores como “senhores de terra, camponeses ricos, reacionários, maus elementos e direitistas”, e os forçou a ir para o campo. Estatísticas oficiais incompletas mostram que 33.695 casas foram investigadas e 85.196 moradores de Pequim foram expulsos da cidade e enviados de volta para o lugar de onde seus pais vieram. Por todo o país, a Guarda Vermelha seguiu esse exemplo e expulsou 400 mil moradores urbanos para o campo. Até oficiais de altos postos, cujos pais eram senhores de terra, foram exilados para o campo.

Na verdade, o Partido Comunista Chinês planejou a campanha de expulsão mesmo antes do início da Revolução Cultural. O antigo prefeito de Pequim, Peng Zhen, declarou que os moradores de Pequim deveriam ser ideologicamente puros como “painéis de vidro e cristal”, significando que todos os residentes considerados com maus antecedentes de classe fossem expulsos da cidade. Em maio de 1966, Mao ordenou que seus subordinados “protegessem a capital”. A equipe de trabalho da capital foi definida e liderada por Ye Jianying, Yang Chengwu e Xie Fuzhi. Uma das tarefas dessa equipe era usar a polícia para expulsar os moradores de Pequim que fossem considerados com maus antecedentes de classe.

A história ajuda a esclarecer por que o governo e os departamentos policiais não intervieram, mas, sim, deram apoio à Guarda Vermelha na investigação das casas e na expulsão de mais de 2% dos moradores de Pequim. O Ministro da Segurança Pública, Xie Fuzhi, pediu que a polícia não interferisse nas ações da Guarda Vermelha, mas, sim, que fornecesse instruções e informações a ela. A Guarda Vermelha foi simplesmente usada pelo Partido para pôr em prática uma ação planejada, e então, no fim de 1966, ela foi abandonada pelo Partido Comunista Chinês. Muitos foram rotulados como contra-revolucionários e foram presos, outros foram enviados para o campo junto com outros jovens urbanos para trabalhar e reformar suas formas de pensar. A organização Guarda Vermelha da Cidade do Oeste, que liderou a expulsão de moradores da cidade, foi organizada sob as meticulosas orientações dos líderes do Partido Comunista Chinês. A ordem para incriminar essa Guarda Vermelha também foi emitida após ser revisada pelo secretário-geral do Conselho de Estado.

Depois de os moradores considerados com maus antecedentes de classe terem sido removidos de Pequim, iniciou-se, nas áreas rurais, outra onda de perseguição de classe. Em 26 de agosto de 1966, um discurso de Xie Fuzhi foi transmitido para o escritório da Polícia de Daxing durante uma reunião de trabalho. Xie ordenou que a polícia fornecesse assistência à Guarda Vermelha para vasculhar as casas das “cinco classes negras” (senhores de terra, camponeses ricos, reacionários, maus elementos e direitistas) mediante orientações e informações e ajudasse nos ataques. O infame Massacre de Daxing [11] ocorreu como resultado direto das instruções do departamento de polícia; os organizadores foram o diretor e o secretário do Partido Comunista Chinês do departamento de polícia e os assassinos foram, na maior parte, membros de milícia, que não pouparam nem as crianças.

Muitos conseguiram ingressar no Partido Comunista Chinês por “boa conduta” por ocasião de massacres similares. Conforme estatísticas incompletas da província de Guangxi, cerca de 50 mil membros do Partido Comunista Chinês se envolveram na matança. Entre eles, mais de 9 mil foram admitidos no Partido pouco tempo depois de haverem matado alguém, mais de 20 mil cometeram assassinato depois de terem sido admitidos no Partido e, mais de 19 mil outros membros do Partido, de uma forma ou de outra, estiveram envolvidos em assassinatos.

Durante a Revolução Cultural, a teoria de classe também era aplicada a espancamentos. Os maus mereciam ser espancados, como se isso fosse realizado pelo suposto bem. Era uma honra para uma pessoa má bater em outra pessoa má. Era um equívoco se uma pessoa boa batesse em outra pessoa boa. Essa teoria, inventada por Mao, foi amplamente divulgada nos movimentos rebeldes. A violência e a matança se difundiram, seguindo a lógica de que inimigos de classe mereciam qualquer violência contra eles.

De 13 de agosto a 7 de outubro de 1967, a milícia do condado de Dao, província de Hunan, massacrou membros da organização “Xiangjiang Vento e Trovões” e das “cinco classes negras”. O massacre durou 66 dias; mais de 4.519 pessoas em 2.778 residências foram mortas em 468 brigadas (vilas administrativas) de 36 comunas populares em 10 distritos. Na jurisdição inteira, constituída de 10 condados, 9.093 pessoas foram mortas, das quais 385 eram das “cinco classes negras” e 44% eram crianças. A pessoa mais velha tinha 78 anos e a mais nova tinha somente 10 dias de vida.

Esse foi somente um caso de violência em uma área pequena durante a Revolução Cultural. Na Mongólia Interior, depois do estabelecimento do “comitê revolucionário” no início de 1968, a limpeza de classe e o expurgo em relação ao fabricado “Partido Revolucionário Popular da Mongólia Interior” mataram mais de 350 mil pessoas. Em 1968, dezenas de milhares de pessoas na província de Guangxi participaram do grande massacre da facção rebelde “422”, matando mais de 110 mil.

Esses casos assinalam que esses grandes atos de assassinatos violentos durante a Revolução Cultural foram todos incitados e instruídos diretamente pelos líderes do Partido Comunista Chinês que incentivavam e usavam a violência para perseguir e matar cidadãos. Aqueles diretamente envolvidos em instruir e executar as mortes eram, em sua maioria, membros da força militar, da polícia, da milícia armada e membros-chave do Partido e da Liga da Juventude.

Se durante a Reforma Agrária, o Partido Comunista Chinês usou os camponeses para derrotar os senhores de terra e obter o controle da terra; durante a Reforma Industrial e Comercial, o Partido Comunista Chinês usou a classe trabalhadora para derrotar os capitalistas e adquirir seus bens; e durante o Movimento Antidireitista, o Partido Comunista Chinês eliminou todos os intelectuais que sustentavam opiniões divergentes, então, qual foi o objetivo de toda essa matança durante a Revolução Cultural? O Partido Comunista Chinês usou um grupo para matar o outro, sem se fiar em nenhuma classe. Mesmo uma pessoa que fosse da classe trabalhadora ou camponesa, duas classes em que o Partido se fiou no passado, se seu ponto de vista divergisse do ponto de vista do Partido, sua vida estaria em perigo. No final das contas, para que tudo isso?

O objetivo era estabelecer o comunismo como a única religião a dominar o país inteiro, controlando não somente o Estado, mas a mente de cada indivíduo.

A Revolução Cultural fez o Partido Comunista Chinês e o culto à personalidade de Mao Tsé-Tung chegar a um clímax. A teoria de Mao tinha de ser usada como prescrição em referência a tudo, a visão de uma pessoa tinha de estar inserida na mente de dezenas de milhões de pessoas. A Revolução Cultural, de uma forma sem precedentes e que nunca será igualada, intencionalmente não especificou o que não podia ser feito. Ao invés disso, o Partido enfatizava “o que pode ser feito e como deve ser feito. Qualquer coisa fora desse limite não podia ser feita e nem mesmo considerada”.

Durante a Revolução Cultural, todos no país praticavam um tipo de ritual religioso: “perguntar as instruções ao Partido pela manhã e relatar ao Partido à noite”, saudar o Presidente Mao diversas vezes ao dia desejando-lhe longevidade sem limite, e conduzir preces políticas pela manhã e à noite, todos os dias. Quase toda pessoa letrada teve a experiência de escrever artigos de autocrítica e relatórios do que pensava. As citações de Mao, como essas a seguir, eram frequentemente citadas. “Lutar ferozmente contra todo pensamento de egoísmo que surja”. “Executar as instruções, entendendo-as ou não; aprofundar seu entendimento no processo de execução”.

Somente um “deus” (Mao) era permitido que fosse adorado; somente um tipo de escritura (os ensinamentos de Mao) era permitido que fosse estudado. Em pouco tempo, o processo de “produzir um deus” desenvolveu-se a tal ponto que as pessoas não podiam comprar comida em mercados se elas não dissessem uma citação de Mao ou não fizessem um agradecimento a ele. Ao se fazer compras, dirigir um ônibus, ou até mesmo fazer uma chamada telefônica, a pessoa tinha de dizer uma das citações de Mao, ainda que fosse totalmente irrelevante. Nesses rituais de adoração, as pessoas ou eram fanáticas ou cínicas, e em ambos os casos estavam sendo controladas pelo espectro maligno do comunismo. Produzir mentiras, aceitá-las e confiar nelas se converteu no estilo de vida do povo chinês.

VII. A reforma e abertura – a violência cresce com o tempo

A Revolução Cultural foi um período cheio de derramamento de sangue, mortes, sofrimentos, perda de consciência, e confusão entre o que é certo e errado. Depois da Revolução Cultural, a liderança do Partido Comunista Chinês frequentemente mudou sua bandeira, conforme o governo mudava de mãos por seis vezes em vinte anos. A propriedade privada voltou a existir na China, aumentaram as disparidades entre os padrões de vida nas áreas urbana e rural, a área desértica se expandiu rapidamente, a água dos rios secou, e o uso de drogas e a prostituição aumentaram. Todos os “crimes” contra os quais o Partido Comunista Chinês lutou agora eram novamente permitidos.

O Partido Comunista Chinês aumentou a crueldade, o desvio da natureza, as más ações, e a capacidade de arruinar o país. Durante o Massacre, em 1989, o Partido mobilizou o exército e tanques para matar estudantes que protestavam na Praça Tiananmen. A perversa perseguição aos praticantes do Falun Gong é ainda pior. Em outubro de 2004, para tomar a terra dos camponeses, na cidade de Yulin, na província de Shaanxi, foram mobilizados cerca de 1.600 policiais para prender e atirar em mais de 50 camponeses. O controle político do governo chinês continua a confiar na filosofia de luta e violência do Partido Comunista Chinês. A única diferença com o passado é que o Partido se tornou ainda mais fraudulento.

Fabricação de leis: O Partido Comunista Chinês nunca parou de criar conflitos entre as pessoas. Ele perseguiu um grande número de cidadãos por serem considerados reacionários, anti-socialistas, maus elementos e membros de cultos do mal. A natureza totalitarista do Partido Comunista Chinês continua a conflitar com quaisquer outros grupos e organizações civis. Em nome de “manter a ordem e estabilizar a sociedade”, o Partido continua alterando as constituições, as leis e os regulamentos e persegue como reacionária qualquer pessoa que discorde do governo.

Em julho de 1999, Jiang Zemin tomou uma decisão pessoal contra a vontade da maioria dos outros membros do Politburo, a de eliminar o Falun Gong em três meses; difamações e mentiras rapidamente envolveram o país. Depois que Jiang Zemin denunciou o Falun Gong como um “culto do mal” em uma entrevista ao jornal francês Le Figaro, a propaganda oficial chinesa continuou rapidamente a publicar artigos pressionando as pessoas no país a se oporem ao Falun Gong. O Congresso Popular Nacional foi forçado a emitir uma “decisão” sobre como tratar cultos do mal; logo em seguida, a Suprema Corte do Povo e a Suprema Procuradoria do Povo emitiram em conjunto uma “explicação” sobre essa “decisão”.

Em 22 de julho de 1999, a Agência de Notícias Xinhua publicou discursos dos líderes do Departamento Organizacional e do Departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês apoiando publicamente a perseguição de Jiang ao Falun Gong. O povo chinês caiu na armadilha da perseguição simplesmente porque foi uma decisão tomada pelo Partido. Ao povo somente cabe o direito de obedecer às ordens e de não ousar levantar quaisquer objeções.

Durante os últimos cinco anos o governo vem utilizando uma quarta parte dos recursos financeiros nacionais para perseguir o Falun Gong. Todo mundo precisou passar por uma verificação no país; a maioria das pessoas que afirmaram praticar o Falun Gong e recusaram abandonar a prática perderam seus empregos; alguns foram sentenciados ao trabalho forçado. Os praticantes do Falun Gong não violaram nenhuma lei, não traíram seu país, não se opuseram ao governo; eles simplesmente acreditaram em “Verdade, Compaixão e Tolerância”. Porém, centenas de milhares foram presos. Apesar do bloqueio cerrado de informações imposto pelo Partido Comunista Chinês, familiares já confirmaram que mais de 1.143 praticantes [12] foram torturados até a morte; no entanto, o número de mortes é certamente muito maior.

Notícias: Em 15 de outubro de 2004, o Wenweipao (Wen Hui Bao) de Hong Kong, publicou que o 20º satélite da China retornou à Terra, caindo na casa de Huo Jiyu na cidade de Penglai, condado de Dayin, província de Sichuan, destruindo-a. A reportagem citou Ai Yuqing, diretor de departamento de governo do condado de Dayin, dizendo que a “mancha negra” era de fato o satélite. Yuqing era diretor-adjunto do projeto de recuperação do satélite. Entretanto, as notícias da Xinhua somente fizeram menção ao momento de recuperação do satélite, enfatizando que esse era o 20º satélite experimental técnico e científico recuperado pela China. As notícias da Xinhua não falaram uma palavra sobre o satélite ter destruído uma casa. Esse é um exemplo típico da forma de noticiar da mídia chinesa, contando somente as boas notícias e escondendo as más, conforme instrução do Partido.

Mentiras e calúnias publicadas pelos jornais e transmitidas pela televisão deram grande apoio à execução das políticas do Partido Comunista Chinês em todos os movimentos políticos do passado. As ordens do Partido são imediatamente executadas pela mídia no país. Quando o Partido quis começar um movimento antidireitista, a mídia de toda a China anunciou em uníssono os crimes dos direitistas. Quando o Partido quis estabelecer as comunas populares, todos os jornais do país elogiaram a superioridade das comunas. No primeiro mês da perseguição ao Falun Gong, todas as estações de rádio e televisão caluniaram o Falun Gong repetidamente nos programas mais importantes para fazer uma lavagem cerebral nas pessoas. Desde então, Jiang usou a mídia repetidamente para fabricar e espalhar mentiras e calúnias sobre o Falun Gong. Isso inclui o esforço de incitar o ódio da nação contra o Falun Gong por meio de notícias falsas sobre assassinato e suicídio cometidos por praticantes do Falun Gong. Um exemplo dessas notícias falsas é o incidente da “Autoimolação na Praça Tiananmen”, o qual foi criticado pela ONG International Educational Development como sendo uma encenação feita pelo governo para enganar as pessoas. Desde 1999, nenhum jornal chinês ou estação de televisão noticiou a verdade sobre o Falun Gong.

O povo chinês está acostumado com notícias falsas. Um repórter veterano da Agência de Notícias Xinhua disse uma vez:, “Como você pode confiar em uma reportagem da Xinhua?” As pessoas até descreveram as agências chinesas de notícia como o cachorro do Partido. Uma música popular diz: “É um cachorro criado pelo Partido, guardando os portões do Partido. Ele morderá qualquer um que o Partido quiser e morderá quantas vezes o Partido desejar”.

Educação: Na China, a educação se tornou outra ferramenta usada para controlar as pessoas. O propósito original da educação foi formar intelectuais para ter conhecimento e julgamento correto. Conhecimento se refere à compreensão das informações, dados e eventos históricos; julgamento se refere ao processo de análise, pesquisa, crítica e reprodução desses conhecimentos, um processo de desenvolvimento espiritual. Aqueles que têm conhecimento sem julgamento adequado são considerados como traças de livros, e não verdadeiros intelectuais com consciência social. Por isso, na história chinesa, as pessoas altamente respeitadas são os intelectuais com julgamento correto, não aqueles que meramente têm conhecimento. Entretanto, sob o controle do Partido Comunista Chinês, a China está cheia de intelectuais que têm conhecimento, mas não têm opinião, ou que não ousam exercitar suas opiniões. O objetivo da educação nas escolas é ensinar os estudantes que não façam coisas que o Partido não quer que façam. Nos últimos anos, todas as escolas começaram a ensinar política e a história do Partido Comunista Chinês por meio de manuais unificados. Os professores não acreditavam no conteúdo dos textos, porém foram forçados pela “disciplina” do Partido a ensinar o conteúdo contra a própria vontade. Os estudantes não acreditavam nem nos textos nem nos professores, porém tinham que saber todo o conteúdo para passar nos exames. A partir de 2004, questões sobre o Falun Gong foram incluídas nos exames para ingresso no ensino médio e na faculdade. Os estudantes que não sabem as respostas padrão não obtêm nota suficiente para entrar em boas escolas ou faculdades. Se um estudante ousar falar a verdade, ele será expulso imediatamente da escola e perderá qualquer chance de educação formal.

No sistema público de educação, devido à influência dos jornais e documentos do governo, muitos provérbios conhecidos ou frases são divulgados como verdade, como esta citação de Mao: “Nós devemos apoiar tudo a que o inimigo se opuser e nos opor a tudo o que o inimigo apoiar”. O efeito negativo está em todo lugar; ele envenenou o coração das pessoas, suplantando a benevolência e destruindo o princípio moral de viver em paz e harmonia.

Em 2004, o China Information Center analisou uma pesquisa feita pelo China Sina Net, o resultado mostrou que 82,6% da juventude chinesa concordava com o abuso contra mulheres, crianças e prisioneiros durante a guerra. Esse resultado foi chocante. Porém, ele refletiu o estado mental do povo chinês e principalmente da geração mais nova, para a qual falta o entendimento básico tanto do conceito da regra de benevolência da cultura tradicional, como da noção de humanidade universal.

Em 11 de setembro de 2004, na cidade de Suzhou, um homem esfaqueou fanaticamente 28 crianças. No dia 20 do mesmo mês, na província de Shandong, um homem feriu com uma faca 25 estudantes de escola primária. Alguns professores da escola primária obrigaram os alunos a fabricarem manualmente fogos de artifícios para levantar fundos para a escola, resultando em uma explosão em que estudantes morreram.

Execução de políticas: A liderança do Partido Comunista Chinês sempre usou de ameaças e coerção para assegurar a execução de suas políticas. Um dos meios utilizados foi o slogan político. Por um longo tempo, o Partido Comunista Chinês postou uma série de slogans como critério para avaliar as conquistas políticas de uma pessoa. Durante a Revolução Cultural, Pequim se transformou, de um dia para outro, em um “mar vermelho”, com pôsteres por todos os lados com o slogan “Abaixo aos dirigentes capitalistas no Partido”. No campo, ironicamente, as palavras foram reduzidas para “Abaixo aos dirigentes do Partido”.

Recentemente, para promover a Lei Florestal, o Departamento Florestal do Estado e todas as estações e postos de proteção florestal ordenaram que fossem produzidos certo número de slogans. Não alcançar a cota era o mesmo que não cumprir a tarefa. Como resultado, os departamentos locais do governo postaram um grande número de slogans, como “Quem quer que incendeie as montanhas irá para a prisão”. Nos últimos anos, na administração do controle da natalidade, havia slogans ainda mais amedrontadores, tais como “Se uma pessoa violar a lei, toda a vila será esterilizada”, “Melhor outra tumba do que outro bebê”, ou “Se ele não fizer uma vasectomia como deveria, sua casa será demolida; se ela não fizer um aborto como deveria, seus campos de arroz e seu gado serão confiscados.” Havia mais slogans que violavam os direitos humanos e a Constituição, tais como “Você dormirá na prisão amanhã, se não pagar os impostos hoje”.

Um slogan é basicamente uma forma de propaganda, mas uma forma de propaganda mais direta e repetitiva. Assim, o governo chinês frequentemente usa slogans para promover ideias políticas, crenças e atitudes. Slogans políticos também podem ser vistos como palavras que o governo diz ao seu povo. Entretanto, nos slogans de promoção política do Partido Comunista Chinês, não é difícil para uma pessoa sentir a tendência para a violência e a crueldade.

VIII. A lavagem cerebral de todo o país e sua transformação em uma “prisão mental”

A arma mais eficaz usada pelo Partido Comunista Chinês para manter seu regime tirânico é o seu sistema de controle. De uma forma bem organizada, o Partido Comunista Chinês impõe a mentalidade da obediência em cada um dos cidadãos. Não importa se o Partido entra em contradição consigo mesmo ou muda constantemente sua política, desde que ele possa sistematicamente organizar um modo de destituir o povo de seus direitos humanos naturais. Os tentáculos do governo são onipresentes. Seja na área rural ou urbana, os cidadãos são governados pelos chamados comitês de rua ou de distrito. Até recentemente, para casar, divorciar, ou ter um filho, tudo precisava da aprovação desses comitês. A ideologia, a forma de pensar, as organizações, a estrutura social, os mecanismos de propaganda e os sistemas administrativos do Partido servem somente a objetivos ditatoriais. O Partido, mediante sistemas de governo, se esforça para controlar todo pensamento e ação dos indivíduos.

A brutalidade com que o Partido Comunista Chinês controla seu povo não se limita à tortura física que ele inflige. O Partido também força as pessoas a perderem a capacidade de pensar de forma independente, tornando-as medrosas e covardes, de forma a não ousar se manifestar com franqueza. A meta do regime do Partido Comunista Chinês é fazer lavagem cerebral em cada um dos cidadãos de forma que eles pensem e falem como o Partido Comunista Chinês e façam o que ele promove.

Há um ditado que diz: “A política do Partido é como a lua; muda a cada 15 dias”. Não importa quantas vezes o Partido mude a sua política, todas as pessoas no país precisam segui-la de perto. Quando se é usado como um meio para atacar os outros, deve-se agradecer ao Partido por apreciar sua força; quando se é ferido, tem-se que agradecer ao Partido por “ensinar-lhe uma lição”; quando se é injustamente discriminado e mais tarde o Partido Comunista Chinês fizer a reparação, deve-se agradecer ao Partido por ser generoso, ter a mente aberta e ser capaz de corrigir seus erros. O Partido Comunista Chinês administra sua tirania por meio de ciclos contínuos de repressão seguidos de reparação.

Depois de 55 anos de tirania, o Partido Comunista Chinês tem aprisionado a mente da nação e a confinado dentro dos limites permitidos por ele. Se alguém pensar fora desses limites, é considerado crime. Depois de repetidas contendas, a estupidez é considerada sabedoria, ser covarde é a forma de sobreviver. Em uma sociedade moderna que tem a Internet como o meio principal de troca de informação, o Partido Comunista Chinês até mesmo pede para as pessoas exercitarem a autodisciplina e não lerem notícias de fora do país ou entrarem em websites com palavras-chave como “direitos humanos” e “democracia”.

O movimento de lavagem cerebral do povo realizado pelo Partido Comunista Chinês é absurdo, brutal e desprezível, porém encontra-se em todos os lugares. Ele distorceu os valores morais e os princípios da sociedade chinesa e reescreveu completamente os padrões de comportamento e o estilo de vida da nação. O Partido Comunista Chinês usa continuadamente a tortura física e mental para fortalecer sua autoridade despótica e governar a China com a absoluta “religião do Partido Comunista Chinês”.

Conclusão

Por que o Partido Comunista Chinês tem de lutar incessantemente para manter seu poder? Por que o Partido Comunista Chinês acredita que enquanto existir vida, os conflitos não terão fim? Para atingir seus objetivos, o Partido Comunista Chinês não hesita em matar pessoas ou destruir o meio ambiente, nem se preocupa que a maioria dos camponeses e cidadãos urbanos viva na pobreza.

Será por causa da ideologia do comunismo que o Partido Comunista Chinês vive em um interminável conflito? A resposta é “não”. Um dos princípios do Partido Comunista é se livrar da propriedade privada, algo que o Partido Comunista Chinês tentou realizar ao chegar ao poder. O Partido Comunista Chinês acreditava que a propriedade privada era a raiz de todo o mal. Entretanto, depois da reforma econômica nos anos de 1980, a propriedade privada foi novamente permitida na China e protegida pela Constituição. Observando através das mentiras do Partido Comunista Chinês, o povo poderá ver claramente que, em mais de 60 anos de regime, o Partido Comunista Chinês meramente encenou um drama da redistribuição da propriedade. Depois de vários ciclos dessa redistribuição, o Partido Comunista Chinês simplesmente converteu o capital de outras pessoas em sua própria propriedade privada.

O Partido Comunista Chinês alega ser a “vanguarda da classe trabalhadora”. Sua tarefa é eliminar a classe capitalista. Entretanto, agora, os estatutos do Partido Comunista Chinês permitem de modo claro que os capitalistas se juntem ao Partido. Os membros do Partido Comunista Chinês não acreditam mais no Partido e no comunismo e a existência do Partido Comunista Chinês não tem justificativa. O que resta do Partido Comunista é meramente uma casca vazia do seu suposto conteúdo.

A luta de longo prazo foi realizada para manter os membros do PCCh livres da corrupção? Não. Depois de mais de 55 anos do Partido Comunista Chinês no poder, a corrupção, o desvio de verbas, a conduta ilegal e atitudes que prejudicam a nação e o povo ainda são largamente praticadas entre os funcionários do Partido Comunista Chinês ao longo de todo o país. Nos últimos anos, entre o total de aproximadamente 20 milhões de oficiais do Partido na China, oito milhões foram julgados e punidos por crimes ligados à corrupção. A cada ano, cerca de oito milhões de pessoas reclamam às autoridades superiores sobre funcionários corruptos que não foram investigados. De janeiro a setembro de 2004, o Ministério do Comércio Exterior da China investigou casos de transações cambiais ilegais em 35 bancos e 41 empresas e encontrou 120 milhões de dólares em transações ilegais. De acordo com estatísticas dos anos recentes, nada menos do que quatro mil funcionários do Partido Comunista Chinês fugiram da China com dinheiro desviado. Os fundos roubados do Estado chegam a dezenas de bilhões de dólares.

As lutas visavam melhorar a educação e a consciência das pessoas e mantê-las interessadas nos assuntos nacionais? A resposta é outro enfático “não”. Na China de hoje, a busca por ganhos materiais é desenfreada e as pessoas estão perdendo a virtude tradicional da honestidade. Tornou-se comum as pessoas enganarem seus familiares e iludirem seus amigos. Muitos chineses não estão preocupados ou se recusam a falar sobre assuntos importantes como direitos humanos ou a perseguição ao Falun Gong. Guardar os pensamentos para si mesmos e escolher não falar a verdade se tornou uma habilidade básica de sobrevivência na China. Enquanto isso, em ocasiões oportunas, o Partido Comunista Chinês tem repetidamente instigado o sentimento público de nacionalismo. O Partido Comunista Chinês pode, por exemplo, organizar o povo chinês para apedrejar a embaixada americana e queimar bandeiras dos EUA. O povo chinês tem sido tratado como uma massa obediente ou como uma multidão violenta, mas nunca como cidadãos com direitos humanos garantidos. O aprimoramento cultural é a base para desenvolver a consciência das pessoas. Os princípios morais de Confúcio e Mêncio estabeleceram, por milhares de anos, os padrões morais e os princípios. “Se todos esses princípios [morais] forem abandonados, o povo certamente não terá leis para seguir nem saberá discernir o bem e o mal. Eles irão perder seus rumos… o Tao seria destruído”. [13]

O propósito da luta de classes do Partido Comunista Chinês é gerar continuamente o caos, graças ao qual ele consegue se estabelecer como o único partido e a única religião na China, usando a ideologia para controlar o povo. As instituições governamentais, o exército e a mídia são, todos eles, ferramentas usadas pelo Partido Comunista Chinês para exercer sua ditadura violenta. O Partido Comunista Chinês, tendo trazido doenças incuráveis para a China, está ele mesmo à beira do desaparecimento e seu colapso é inevitável.

Algumas pessoas se preocupam com o caos que o país pode enfrentar se o Partido Comunista Chinês se desintegrar. Quem irá substituir o Partido Comunista Chinês no papel de governar a China? Na história de cinco mil anos da China, os meros 55 anos de regime do Partido Comunista Chinês são tão breves como uma nuvem que passa. Infelizmente, porém, durante esse curto período de 55 anos, o Partido Comunista Chinês acabou com as crenças e os padrões tradicionais; destruiu os princípios morais e as estruturas sociais tradicionais; transformou o cuidado e o amor entre os seres humanos em luta e ódio; no lugar do respeito pelo Céu, pela Terra e pela natureza, colocou a arrogância de “humanos conquistando a natureza…”. Com campanhas destrutivas sucessivas, o Partido acabou com o sistema social, o moral e o ecológico, deixando a nação chinesa em crise profunda.

Na história chinesa, todo líder benevolente entendeu que amar, nutrir e educar o povo eram deveres do governo. A natureza humana aspira à bondade e o papel do governo é promover essa capacidade humana inata. Mêncio disse: “Este é o caminho do povo: aqueles com meios estáveis de subsistência terão corações estáveis, enquanto que aqueles sem meios estáveis não terão corações estáveis”. A educação sem prosperidade tem sido ineficaz; o povo chinês sente desprezo pelos líderes tirânicos que não têm amor pelas pessoas, mas que têm matado inocentes.

Nos cinco mil anos da história chinesa, houve muitos líderes benevolentes. Em tempos remotos, o Imperador Yao e o Imperador Shun; o Imperador Wen e o Imperador Wu da dinastia Zhou; o Imperador Wen e o Imperador Jing da dinastia Han; o Imperador Tang Taizong na dinastia Tang; e o Imperador Kangxi e o Imperador Qianlong na dinastia Qing. A prosperidade usufruída nessas dinastias foi o resultado dos seus líderes praticarem o Tao celestial, seguindo a doutrina do meio e buscando a paz e a estabilidade. As características de um líder bondoso são fazer uso das virtudes e capacidades das pessoas, estar aberto  para opiniões diferentes, promover a justiça e a paz e dar ao povo o que ele precisa. Assim, os cidadãos irão obedecer às leis, manter o senso de decoro, viver felizes e trabalhar de forma eficiente.

Olhando para as questões do mundo, sempre perguntamos quem determina se um Estado prosperará ou desaparecerá, mesmo sabendo que a ascensão e a queda de uma nação têm suas razões. Quando o Partido Comunista Chinês se for, estamos certos de que a paz e a harmonia retornarão à China. O povo voltará a ser verdadeiro, benevolente, humilde e tolerante, a nação novamente cuidará das necessidades básicas das pessoas e todas as profissões serão prósperas.

Notas:

[1] Do livro “Anais dos alimentos e produtos”, em História da Antiga dinastia Han (Han Shu). “Tudo sob o Céu” refere-se à China sob o governo dos imperadores.

[2] Qian Bocheng. Cultura Oriental (em chinês), 4ª ed., 2000.

[3] Gao Gang e Rao Shushi foram ambos membros do Comitê Central. Depois de uma tentativa infrutífera de luta pelo poder, em 1954, eles foram acusados de conspirar contra o Partido e, posteriormente, foram expulsos.

[4] Hu Feng, um intelectual e crítico literário, se opôs à política de doutrina literária do Partido Comunista Chinês. Ele foi expulso do Partido em 1955 e sentenciado a 14 anos de prisão. De 1951 a 1952, o Partido Comunista Chinês deu início à “Campanha Três-Anti” e à “Campanha Cinco-Anti”, movimentos com o objetivo anunciado de eliminar a corrupção, o desperdício e a burocracia dentro do Partido, do governo, do exército e das organizações de massa.

[5] Em Chinês.

[6] Lu Xun ou Lu Hsün (25/09/1881–19/10/1936) é frequentemente considerado o fundador do vernáculo moderno (Baihua) da literatura chinesa. Ele também foi um notável tradutor. Como escritor de esquerda, Lu desempenhou importante papel na história da literatura chinesa. Seus livros influenciaram grandemente muitos jovens chineses. Tendo voltado para a China depois de seus estudos de medicina em Sendai, Japão, em 1909, ele se tornou um conferencista na Universidade de Pequim e começou a escrever.

[7] Tanto o Imperador de Jade como o Rei Dragão são figuras mitológicas chinesas. O Imperador de Jade, formalmente conhecido como o Augusto Personagem de Jade e informalmente chamado pelas crianças e pessoas comuns de Vovô do Céu, é o governante do Céu e um dos mais importantes deuses do panteão taoista chinês. O Rei Dragão é o divino governante dos quatro mares. Cada mar, correspondendo a um dos pontos cardeais, é comandado por um Rei Dragão. Os Reis Dragões moram em palácios de cristal, são guardados por soldados camarões e por generais caranguejos. Além de governarem a vida aquática, os Reis Dragões também controlam as nuvens e a chuva. Dizem que o Rei Dragão do Mar do Leste tem o maior território.

[8] Peng Dehuai (1898-1974) foi um general comunista e líder político chinês. Peng foi o comandante-chefe na guerra da Coreia, vice-premiê do Conselho de Estado, membro do Politburo e Ministro da Defesa (1954-1959). Ele foi removido de seus cargos oficiais depois de discordar das posturas esquerdistas de Mao no Plenário do Partido Comunista Chinês em Lushan em 1959.

[9] Zhao Gao (?-210 a.C.) foi chefe eunuco durante a dinastia Qin. Em 210 a.C., depois da morte do Imperador Qin Shihuang, Zhao Gao, o Primeiro-Ministro Li Si e o segundo filho do imperador, Hu Hai, negligenciaram duas vontades do imperador, fazendo Hu Hai o novo imperador e forçando o príncipe coroado, Fu Su, a cometer suicídio. Mais tarde, os conflitos entre Zhao Gao e Hu Hai cresceram. Zhao trouxe um veado para a corte real dizendo que era um cavalo. Somente uma parte dos oficiais da corte ousou discordar dele dizendo que era um veado. Zhao Gao julgou que aqueles oficiais que chamaram o animal de veado estavam contra ele e os removeu de suas posições na corte.

[10] A Guarda Vermelha era composta de grupos de civis que foram usados como vanguarda na implementação da Revolução Cultural. A maioria era de jovens na metade da adolescência.

[11] O Massacre de Daxing ocorreu em agosto de 1966, durante a troca da liderança do Partido em Pequim. Na época, Xie Fuzhi, o ministro da segurança pública, fez um discurso em uma reunião da Secretaria de Segurança Pública de Pequim, defendendo a não intervenção nas ações da Guarda Vermelha contra as “cinco classes negras”. Esse discurso foi logo transmitido em uma reunião do Comitê Permanente da Secretaria de Segurança Pública de Daxin. Depois da reunião, a Secretária de Daxin entrou em ação imediatamente, e montou um plano para instigar as massas no condado de Daxin a matarem as “cinco classes negras”.

[12] Dados de 19 de dezembro de 2004.

[13] De Kang Youwei, Collections of Political Writings, 1981. Zhonghua Zhuju. Kang Youwei (1858-1927) foi um importante pensador reformista do período final da dinastia Qing.

Introdução – Índice

Capítulo 2: No início do Partido Comunista Chinês

Capítulo 4: O Partido Comunista é uma força que se opõe ao universo

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Editorial Epoch Times