Jornalista chinesa presa por reportagens sobre COVID será libertada após 4 anos

Por Redação Epoch Times Brasil
14/05/2024 01:17 Atualizado: 14/05/2024 01:17

A jornalista chinesa Zhang Zhan foi detida por ordem do Partido Comunista Chinês (PCCh) em maio de 2020, devido à sua cobertura jornalística sobre o surto de COVID-19 em Wuhan, China. Após mais de quatro anos de prisão, ela pode ser libertada ainda nesta semana ao completar sua sentença. A perseguição e detenção de Zhang Zhan ressoaram globalmente, desencadeando uma onda de críticas da comunidade internacional contra a China pela supressão e restrição da liberdade de expressão no país.

Zhang Zhan destacou-se como uma das poucas jornalistas independentes a reportar corajosamente o início do surto do coronavírus em Wuhan. Valendo-se de plataformas proibidas pelo PCCh, como Twitter, Youtube e WeChat, ela denunciou a situação angustiante no epicentro do que se tornaria a maior pandemia já registrada na história.

Após sua prisão, Zhang Zhan iniciou uma greve de fome, conforme revelado por documentos judiciais obtidos pela agência internacional Reuters. Seus advogados relataram que isso levou as autoridades policiais a amarrarem suas mãos e a alimentarem-na à força por meio de um tubo.

De acordo com Jane Wang, defensora da liberdade de Zhang Zhan, integrante da campanha Free Zhang Zhan, sediada no Reino Unido, até esta segunda-feira (13), não havia confirmação se a jornalista havia sido libertada. “Eu entendo que os pais e o irmão dela têm estado sob enorme pressão e foram severamente advertidos para não dar entrevistas à mídia. As ligações dos amigos também ficam sem resposta… são sinais extremamente preocupantes”, afirmou.

Wang ainda ressaltou à imprensa que o governo chinês impõe restrições severas às pessoas perseguidas pelo PCCh, mesmo após sua libertação da prisão. 

“É totalmente inaceitável que o governo chinês sujeite muitos defensores dos direitos humanos e as suas famílias a este tipo de crueldade. Mesmo depois de serem libertados da prisão, eles ainda estão privados dos seus direitos básicos”.

Apesar da iminente libertação de Zhan, a repórter não terá garantida a liberdade para voltar a trabalhar e fazer reportagens sobre fatos dentro da ditadura chinesa. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a República Popular da China é a maior prisão do mundo para jornalistas, e seu “regime coordena uma campanha de repressão ao jornalismo e ao direito à informação em todo o mundo”.

“O regime chinês usa vigilância, coerção, intimidação e assédio para impedir que jornalistas independentes façam reportagens sobre tópicos que considera ‘sensíveis’. A China é a maior prisão para jornalistas do mundo, com mais de 100 detidos atualmente em condições adversas”, afirma o site da RSF.