Blinken diz que posição da China sobre Taiwan é contraproducente para seus interesses

Por Agência de Notícias
17/01/2024 17:33 Atualizado: 17/01/2024 17:33

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta terça-feira que a postura da China em relação a Taiwan é contraproducente para os próprios interesses chineses, porque reforça as aspirações de soberania do território.

“O enfoque que eles têm demonstrado nos últimos anos tem sido totalmente contraproducente para seus interesses. Ao tentar colocar Taiwan sob pressão econômica, militar, diplomática e isolamento, eles reforçaram o que não queriam reforçar”, disse Blinken à rede de televisão CNBC durante o Fórum de Davos.

Essa foi a primeira entrevista do chefe da diplomacia dos EUA desde que o candidato William Lai venceu as eleições de Taiwan, no último sábado, abrindo a porta para um aumento da tensão nas relações entre China e o território, que Pequim considera uma província rebelde.

O regime chinês apresentou uma queixa formal no domingo contra os EUA por causa de um comunicado no qual Blinken parabenizou Lai por sua vitória porque, na opinião de Pequim, isso viola o compromisso de Washington de manter apenas relações informais culturais e comerciais com Taipé.

Blinken, que evitou comentar essa reclamação na entrevista, enfatizou que, no dia anterior à eleição, reiterou seu compromisso com a política de “uma só China” durante reunião com o ministro do Departamento de Ligação Internacional do Partido Comunista Chinês, Liu Jianchao.

“Essa continua sendo a nossa política. Ela não mudará, e nós a reafirmamos. Ao mesmo tempo, defendemos a manutenção do status quo, da paz e da estabilidade”, declarou o secretário de Estado.

Blinken afirmou que manter a estabilidade no estreito de Taiwan é crucial, já que metade do comércio mundial passa por essa região, e “se isso for interrompido, será ruim para todos”.

A questão de Taiwan é um dos principais pontos de atrito entre Pequim e Washington, que, além de ser o principal fornecedor de armas de Taipé, poderia se ver na posição de ter que defender o território no caso de uma invasão chinesa.

Apenas dois dias após as eleições em Taiwan, a nação insular do Pacífico Sul, Nauru, rompeu relações diplomáticas com o território, buscando um melhor relacionamento com a China.

Taiwan agora só mantém o reconhecimento diplomático de 12 países, sete deles localizados na América Latina e no Caribe, incluindo Paraguai, Guatemala e Haiti.

O Departamento de Estado dos EUA afirmou em comunicado divulgado ontem que a decisão de Nauru foi decepcionante, advertindo que a China frequentemente faz promessas em troca de relações diplomáticas que não cumpre.