Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O regime chinês lançou uma repressão policial contra cidadãos que começaram a celebrar o Halloween em Xangai desde o último fim de semana.
Observadores dizem que o Partido Comunista Chinês (PCCh) vê grandes reuniões públicas como ameaças e suprime ainda mais a liberdade de expressão, especialmente após as celebrações do ano passado terem se tornado um meio de crítica pública ao Partido.
Vários vídeos nas redes sociais chinesas mostram jovens vestidos com fantasias comemorando nas ruas e parques de Xangai nos dias 26 e 27 de outubro, alguns gritando “liberdade”. Outras imagens mostram indivíduos fantasiados de Buda, Homem-Aranha e do ex-presidente Donald Trump, entre outros, sendo levados para vans da polícia.
Um vídeo mostra uma jovem vestida de Estátua da Liberdade entoando “liberdade” enquanto a multidão aplaude. O vídeo gerou muitas respostas de apoio à “liberdade.”
Durante o fim de semana, houve uma forte presença policial em toda a cidade, com agentes dispersando à força e prendendo jovens em cosplay. Na noite de 26 de outubro, muitas pessoas se deslocaram entre vários parques, como do Parque Zhongshan para Joy City, para evitar a polícia enquanto expressavam seu desejo de liberdade e oposição às autoridades. Eventualmente, elas foram removidas dos parques pela polícia.
Algumas pessoas revelaram nas redes sociais que, após serem levadas para a delegacia, foram instruídas a tirar suas fantasias. Aqueles que se recusaram foram advertidos de que seriam levados ao departamento de segurança pública para uma detenção adicional.
Diversas universidades em Xangai notificaram os estudantes para que não participassem das comemorações de Halloween, especialmente para que evitassem o cosplay nas ruas Julu e Changle.
De acordo com publicações nas redes sociais chinesas, um suposto aviso interno emitido pelo Escritório Subdistrital do Distrito de Huangpu alerta que qualquer tipo de fantasia de Halloween, especialmente cosplay e maquiagem com elementos de horror e violência, estão estritamente proibidos no distrito este ano. Caso “fantasias ilegais ou atividades relacionadas” sejam encontradas, a polícia tomará as medidas necessárias, segundo o aviso.
Em 27 de outubro, a polícia também direcionou ações contra cosplayers em Guangzhou, uma grande cidade no sul da China, ordenando que retirassem suas fantasias, como mostram vídeos publicados nas redes sociais.
A Sra. Xu, uma residente de Xangai que preferiu usar um pseudônimo, disse ao The Epoch Times em 28 de outubro que as ruas estavam cheias de policiais à paisana, criando uma atmosfera muito tensa na cidade.
“Ouvi dizer que as faculdades e universidades não estão permitindo que os estudantes saiam do campus. Pessoas comuns estão apenas expressando suas próprias ideias. As autoridades do PCCh têm armas e armamentos em suas mãos. O que as pessoas comuns podem fazer? O PCCh tem controle demais.”
Wu Shaoping, advogado de direitos humanos que atualmente reside nos Estados Unidos e já atuou em Xangai, disse ao The Epoch Times que esses jovens estão demonstrando suas demandas políticas por meio dessas reuniões, com algumas fantasias representando figuras ocidentais proeminentes.
“Toda a sociedade está sendo reprimida. Se uma faísca criativa ressoar com todos, esses jovens podem expressar sua insatisfação com o regime comunista chinês de forma mais intensa. Acho que é disso que o PCCh tem medo agora,” afirmou Wu.
No final de 2022, muitos jovens foram às ruas no que ficou conhecido como a “Revolução da Folha em Branco”, que pressionou o PCCh a suspender a política de bloqueio draconiana contra a COVID-19, que durou três anos.
No ano passado, muitas pessoas usaram fantasias de Halloween para zombar das autoridades do PCCh. Alguns usaram modelos de câmeras de vigilância na cabeça, fazendo referência ao sistema de vigilância em massa do PCCh. Outros se vestiram de Ursinho Pooh e de imperador em turnê, uma alusão ao líder do PCCh, Xi Jinping.
Ni Haizhong, Yi Ru e Luo Ya contribuíram para este artigo.