Sindicato que apoiou Lula em nome da “democracia” em 2022 denuncia e-mail ameaçador e chama governo petista de “autoritário”

Por Redação Epoch Times Brasil
22/05/2024 01:33 Atualizado: 22/05/2024 10:46

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) acusou, nesta terça-feira (21), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de agir de maneira “autoritária” diante da greve federal dos professores. Iniciada há pouco mais de um mês, a paralisação envolve 57 universidades, que devem reunir suas bases em assembleias até a próxima sexta-feira (24), para decidir se aceitam ou não a proposta do governo federal sobre o aumento salarial.

Porém, o tom do governo Lula não foi dos mais amistosos, e nega que haverá um “processo negocial” com os sindicatos. Em e-mail enviado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o governo propõe uma convocação no dia 27 de maio para assinatura do termo de acordo, “não restando, portanto, margem para recepção de novas contrapropostas”. 

A mensagem foi interpretada como uma ameaça para o Sindicato. Segundo o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian, “o governo federal expressa, com essa mensagem, uma imensa intransigência com o processo negocial, para além de um desrespeito com a dinâmica grevista”. Seferian reclama que, no começo da greve, embora as rodadas de negociação estivessem em um compasso lento, elas vinham ocorrendo com mesas e espaços de interlocução.

Já a secretária-geral do ANDES, Francieli Rebelatto, vai mais além e acusa o governo de agir de maneira ameaçadora e desrespeitosa para com os professores. “A ameaça do governo reforçando ultimato para finalizar processo de negociação, no dia 27, aprofunda o desrespeito do governo com os trabalhadores da educação”, lamenta Rebellato.

Em outubro de 2022, no entanto, a postura do ANDES foi diferente. Diante do pleito eleitoral para a Presidência da República, se posicionou pelo voto no então candidato do PT. 

“Chamar o voto no Lula nesse momento significa a defesa intransigente da democracia, significa a possibilidade de continuar existindo enquanto sindicato e significa também compreender que é no campo democrático que as próximas lutas devem ser travadas”, orientou a diretoria do ANDES na ocasião.