Relatório do Banco Central: alta da inflação global é a expectativa para 2024 e 2025

Dados do Banco Central mostram que fatores externos e internos podem elevar ainda mais a inflação no país.

Por Redação Epoch Times Brasil
24/05/2024 23:57 Atualizado: 24/05/2024 23:57

Nesta quinta-feira (23) o Banco Central do Brasil (BC) divulgou um relatório detalhado sobre as expectativas de inflação para os próximos anos, tanto globalmente quanto no cenário doméstico. O documento, apresentado por Diogo Guillen, Diretor de Política Econômica, aponta para um aumento das pressões inflacionárias em diversas regiões do mundo, com reflexos significativos também no Brasil.

Cenário global de inflação

O relatório destaca que a inflação tem sido uma preocupação crescente em economias avançadas e emergentes. As expectativas de inflação para 2024 e 2025 variam significativamente entre diferentes regiões:

  • Economias avançadas: A inflação em economias avançadas, como Estados Unidos e países da Zona do Euro, está projetada para se manter em níveis elevados, em torno de 3% a 4% ao ano. Essas projeções são influenciadas por fatores como pressões de demanda pós-pandemia, disrupções nas cadeias de suprimento globais e políticas monetárias mais restritivas.
  • América Latina: Países como Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru enfrentam expectativas inflacionárias mais altas. No Brasil, a inflação esperada para 2024 está entre 3,8% e 3,83%, enquanto para 2025 está entre 3,74% e 3,78%. Esses números refletem uma combinação de fatores internos e externos, incluindo flutuações nos preços de commodities e ajustes cambiais.

Expectativas de inflação no Brasil

O relatório do Banco Central do Brasil aponta que, para 2024, a inflação projetada no país está ligeiramente acima da meta de 3% estabelecida pela autoridade monetária. Vários fatores contribuem para essa previsão:

  1. Preços de commodities: O aumento nos preços de commodities, especialmente alimentos e energia, tem sido um dos principais motores da inflação no Brasil. A variação no preço do petróleo e seus derivados também impacta diretamente os custos de transporte e produção.
  2. Política monetária: A taxa básica de juros (Selic) foi mantida em níveis elevados como medida para conter a inflação. Uma baixa dos juros poderia direcionar o dinheiro, que no momento é escasso visto os déficits comuns desde 2023, para aumentar o consumo através da inflação. Porém, o mandato de Roberto Campos Neto, presidente do BC, termina no final de 2024 e a expectativa é que o substituto de Campos Neto não defenda as mesmas políticas econômicas no ano de 2025.
  3. Câmbio: As flutuações cambiais também desempenham um papel crucial, com a desvalorização do real aumentando os preços dos produtos importados e, consequentemente, a inflação. A taxação de produtos acima de US$50 em quase 92% também afeta a capacidade de produção e de venda do mercado, aumentando assim ainda mais a expectativa de inflação para os anos de 2024, 2025 e 2026.