Moraes manda prender idoso de 68 anos com câncer avançado e durante tratamento

Segundo a defesa, o professor aposentado não descumpriu nenhuma medida cautelar.

Por Redação Epoch Times Brasil
26/05/2024 22:40 Atualizado: 26/05/2024 22:40

Na última terça-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a prisão de Jaimes Junkes, de 68 anos. O professor aposentado foi condenado a 14 anos de prisão por sua participação nas manifestações de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Junkes, que tem um recurso pendente de análise, estava em liberdade condicional desde 22 de novembro do ano passado, após ser solto pouco depois da morte de Clezão na penitenciária da Papuda. Apesar de não ter descumprido as medidas cautelares impostas por Moraes, o ministro determinou novamente sua prisão.

Segundo os advogados do aposentado, Junkes sofre de diversos problemas de saúde graves, incluindo um câncer de próstata em estágio avançado. “O requerente padece de miocardiopatia dilatada, diversos problemas no coração, hipotireoidismo, embolia pulmonar e sequelas da covid-19 longa”. Além de enfrentar o câncer de próstata em estágio avançado, o idoso faz uso de uma sonda.

A defesa apresentou provas e argumentos à Corte em uma ação datada de 26 de março, afirmando que não há evidências de que o idoso tenha cometido atos de vandalismo durante o protesto. Junkes foi detido na área externa do Palácio do Planalto ao tentar se afastar do gás lacrimogêneo lançado por helicópteros nas proximidades da Praça dos Três Poderes.

Os advogados acreditam que a decisão de Moraes é “fundada no receio de fuga, uma vez que outros fugiram”. Em 14 de maio, um dia antes de Moraes determinar a prisão de Junkes, o portal UOL publicou uma matéria divulgando nomes de supostos fugitivos que deixaram o Brasil após violarem tornozeleiras eletrônicas.

Em novembro do ano passado, a advogada Mariana Amaral afirmou à Gazeta do Povo que Jaimes Junkes havia perdido 27 quilos desde sua prisão em 8 de janeiro. “Ele está muito fraco e debilitado, chegou a ir três vezes ao hospital e passou mal durante uma conversa que tive recentemente com ele”, afirmou a advogada. 

Na ocasião, ela ainda mencionou que a defesa solicitou a realização de diversos exames, além de sessões de psicoterapia online pagas pela família. “Mas nenhum exame foi feito, e tivemos o pedido de atendimento psicológico negado”.