Banco Central tem divisão interna durante a decisão do Copom para corte de juros

Taxa Selic teve uma redução de 0,25 mas foi suficiente para amedrontar o mercado

Por Redação Epoch Times Brasil
09/05/2024 22:02 Atualizado: 09/05/2024 22:02

O Comitê de Política Monetária (Copom), após reuniões realizadas entre os dias oito e nove deste mês, decidiu por 5 votos a 4 realizar um novo corte na Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação de Custódia) em 0,25%, o valor atual está em 10,5%. O corte porém não agradou figuras do governo que buscavam uma diminuição maior do valor.

A votação dos membros do Copom mostrou uma polarização onde os cinco indicados pelo governo Bolsonaro votaram por um corte menor, enquanto outros indicados por Lula votaram por um corte maior na taxa Selic.

O Banco Central (Bacen) já vinha de 6 cortes de juros em seguida, saindo de 13,75% para 10,75% antes do dia 9. A queda não tão acentuada foi de acordo com o esperado pelo mercado já que aqueles que possuem uma política monetária que não se dispõe a tantos riscos eram a maioria, 5 dos 9 membros, incluindo Roberto Campos Neto, que levou o Bacen a ser considerado o melhor banco central do mundo pela famosa revista de economia Central Banking.

De acordo com a maioria, os gastos feitos pelo Governo apresentam um risco para a economia já que não há por parte dele um controle correto das contas públicas e sim um descontrole fiscal.

Governistas se posicionaram na rede social X criticando a medida tomada pelo Bacen. Gleisi Hoffmann (PT-PR), em post, do PT, chegou a afirmar que a atitude do Banco Central era um “crime contra o país”. 

Para Gleisi Hoffmann não há explicação para isso já que “a inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também.”

Durante a manhã, portanto, o mercado respondeu diferente do esperado por Gleisi. O dólar subiu até R$ 5,16. O Ibovespa caiu, os juros futuros para longo prazo subiram, o ouro passou a valer mais.

Campos Neto e mais dois diretores que ocupam cadeira no Copom sairão no fim do ano para novas indicações do Governo Federal.

O que esses dados significam?

A taxa de juros pode ser entendida como o preço do dinheiro. Se a taxa de juros sobe, o dinheiro fica mais caro. Do mesmo modo, os bancos também usam o valor da taxa de juros para comprar dinheiro de outros bancos, isso recebe o nome de taxa interbancária.

Se a taxa de juros presente cai, como foi o caso, a tendência é que a taxa de juros futuro também caia, o que não foi o caso. O que foi visto foi uma fuga para compra de dólar, ouro e investimentos para longo prazo devido a pouca esperança na economia no curto prazo.