Anúncio do governo faz o preço do arroz disparar e inviabiliza primeira etapa de leilão

Por Redação Epoch Times Brasil
21/05/2024 20:56 Atualizado: 21/05/2024 20:56

O anúncio de compra emergencial de arroz pelo governo fez os preços do cereal dispararem, levando a uma suspensão de leilões planejados. O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o preço do arroz aumentou cerca de 30% devido à “especulação” e à preocupação com o desabastecimento​​.

Contexto da crise

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul, principal estado produtor de arroz no Brasil, causaram danos consideráveis às plantações e à infraestrutura de armazenamento. Essas enchentes dificultaram o escoamento da produção, criando um gargalo logístico que afetou o fornecimento de arroz para o resto do país. As perdas nas lavouras e armazéns alagados, somadas à interrupção das rodovias, aumentaram os custos de transporte e contribuíram para a escalada dos preços​​.

Medidas do governo e reações do mercado

Em resposta à crise, o governo brasileiro, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz para estabilizar o mercado e evitar “especulações”. De acordo com o governo, esta medida provisória visa garantir o abastecimento interno e controlar os preços, sem competir diretamente com os produtores nacionais.

A primeira etapa do leilão de compra seria para 200 mil toneladas, provenientes dos vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, contudo, a notícia da compra emergencial causou uma reação imediata do mercado, que elevou os preços do arroz em até 30%. Diante desse cenário o governo decidiu cancelar o leilão​.

O ministro Carlos Fávaro, comentou sobre o assunto no portal G1: “Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos de outro lugar”.

Crítica dos produtores nacionais

A decisão do governo Lula de importar arroz gerou reações contrárias entre os produtores nacionais. A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), que representa cerca de 6 mil produtores, assegurou que não haverá falta do produto, destacando que mais de 80% da produção já foi colhida. Segundo a entidade, a medida do governo pode desestabilizar o mercado interno e prejudicar os produtores locais​.