Hackers roubam mais de 320 milhões de dólares em criptomoedas

Investidores em DeFi sofreram mais de US $12 bilhões em perdas devido a roubo e fraude em 2021

03/02/2022 14:32 Atualizado: 03/02/2022 14:32

Por Katabella Roberts 

Hackers roubaram cerca de US $320 milhões em criptomoedas da Wormhole, uma ponte de comunicação que liga Solana a outras redes blockchain de finanças descentralizadas (DeFi), confirmaram seus desenvolvedores na quarta-feira.

Em uma série de postagens no Twitter, os desenvolvedores afirmaram que hackers fugiram com 120.000 wETH, ou Ethereum “embrulhado”; o equivalente a quase US $324 milhões, tornando-se o segundo maior hack de DeFi até hoje.

“A rede wormhole está em manutenção enquanto analisamos uma possível brecha”, declararam os desenvolvedores no Twitter, na quinta-feira, acrescentando que forneceriam atualizações conforme e quando disponíveis.

Wormhole é um protocolo de interoperabilidade que atua como uma ponte entre ativos e blockchains, permitindo que os usuários movam criptomoedas sem problemas. O protocolo suporta seis blockchains de alto valor como: Terra, Solana, Ethereum, Binance Smart Chain, Avalanche e Polygon.

Mais tarde na quinta-feira, os desenvolvedores confirmaram no Twitter que os hackers exploraram a Wormhole por 120.000 wETH, mas não forneceram mais detalhes sobre como eles conseguiram fazê-lo.

Dados do Etherscan mostram que o hacker, ou hackers, explorou a rede por meio de três transações diferentes por volta das 14h EST de quarta-feira.

“ETH será adicionado nas próximas horas para garantir que wETH seja suportado 1:1. Mais detalhes em breve. Estamos trabalhando para recuperar a rede rapidamente. Obrigado pela paciência”, escreveram os desenvolvedores da Wormhole.

“A vulnerabilidade foi corrigida. Estamos trabalhando para recuperar a rede o mais rápido possível”, acrescentaram mais tarde.

A Wormhole afirmou em seu canal no Telegram na quinta-feira que “todos os fundos estão seguros”.

Os desenvolvedores da Wormhole ofereceram ao hacker uma recompensa de US $10 milhões por detalhes de exploração e bugs, assim como o retorno dos fundos, em uma mensagem.

“Percebemos que você conseguiu explorar os mint tokens e a verificação Solana VAA”, relata a mensagem. “Gostaríamos de oferecer a você um acordo e apresentar uma recompensa de US $10 milhões por bugs e detalhes da exploração e a devolução do wETH que você adquiriu”.

O Epoch Times entrou em contato com os desenvolvedores do Wormhole para comentários.

A exploração da Wormhole procede ao roubo de US $80 milhões do protocolo DeFi Qubit Finance, por hackers na semana passada.

Legisladores e reguladores nos Estados Unidos examinaram a indústria de DeFi e propuseram vários modelos regulatórios para lidar com os vários riscos que podem representar.

Na edição de dezembro de sua revisão trimestral de economia e finanças, o Bank for International Settlements (BIS) também focou em DeFi e alertou que o sistema poderia ter um efeito potencialmente desestabilizador nos mercados.

“Se o DeFi se espalhar, suas vulnerabilidades podem minar a estabilidade financeira”, relatava a revisão.

A pesquisa da empresa Elliptic, com sede em Londres, também mostrou que os investidores perderam bilhões no ano passado devido a roubos e fraudes entre criminosos visando produtos e serviços DeFi.

A Elliptic descobriu que mais de US $10 bilhões em fundos de usuários foram roubados em casos de fraude e roubo em produtos DeFi, o ecossistema de criptomoedas, corretoras e bancos paralelos que visam recriar serviços financeiros tradicionais utilizando a tecnologia blockchain.

De acordo com o relatório, os usuários e investidores em DeFi sofreram mais de US $12 bilhões em perdas devido a roubo e fraude em 2021, e essas perdas estão apenas acelerando, com danos totalizando US $10,5 bilhões em 2021 até o momento, acima dos US $1,5 bilhão em 2020.

A Elliptic afirma que a tecnologia relativamente nova utilizada em DeFi foi parte do motivo pelo qual os criminosos são capazes de invadir e fugir com os fundos dos usuários, enquanto as profundas pools de liquidez também permitem que os criminosos lavem os lucros do crime, como por ransomware e fraude, deixando poucos vestígios.

Apesar disso, as criptomoedas continuam a crescer em popularidade, com El Salvador se tornando o primeiro país a classificar oficialmente o Bitcoin como moeda legal no ano passado.

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