Bolsonaro afirma que vários times de futebol vão declarar falência

"Já existem equipes que vão decretar a falência: as da segunda divisão com toda certeza e as que disputam os torneios dos diferentes estádios"

19/04/2020 23:15 Atualizado: 20/04/2020 02:59

Por Agência EFE

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse no sábado que vários times de futebol, principalmente os da segunda divisão, terão que declarar falência nos próximos dias, como resultado do impacto do vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), conhecido como novo coronavírus, que totaliza 2352 mortes e 36.599 casos confirmados no país.

“A questão do futebol está começando a chegar até nós e não sou eu quem decidirá. O que você acha, que o futebol pode voltar com estádios vazios? Você precisa ouvir o sindicato dos jogadores de futebol”, disse Bolsonaro em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais quando recebeu apoiadores no Palácio Presidencial do Planalto.

O governante alertou que “já existem equipes que vão decretar a falência: as da segunda divisão com toda certeza e as que disputam os torneios dos diferentes estádios”.

“Mas também temos grandes equipes com milhões de folhas de pagamento. Se não me engano, o do Flamengo é próximo a quinze milhões de reais (três milhões de dólares) e o do Palmeiras também. Como eles vão pagar por isso, sem explorar a imagem e, obviamente, sem pessoas nos estádios, como vão gerar renda? ”, Perguntou ele.

Após sua transmissão, o presidente desceu a rampa até o portão do palácio, cumprimentou e conversou com um grupo de apoiadores do conglomerado, a maioria dos quais não tinha máscaras e luvas de proteção pessoal ou manteve a distância entre as pessoas recomendadas pelas autoridades sanitárias.

Os apoiadores fizeram parte de uma marcha contra o aborto e de uma caravana na qual dezenas de veículos assobiaram em frente ao Palácio do Planalto para expressar seu apoio ao presidente.

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Para este domingo, mais caravanas foram convocadas com manifestações a favor de Bolsonaro e contra governadores, como o do estado de São Paulo, João Doria, ex-aliado do presidente e que se opõe às diretrizes verticais de isolamento social mais flexíveis propostas pelo chefe de Estado.

Bolsonaro mantém sua posição contrária à quarentena obrigatória decretada por alguns prefeitos e governadores, como a de São Paulo, estado que concentra 42% das mortes.

O líder insistiu neste sábado que o Brasil tem dois problemas: “o vírus e o emprego”, e reiterou que o país pode voltar à “normalidade”, revogando medidas extremas em algumas regiões, onde comércio e atividade econômica, em sua opinião , deve ser reaberto “com todos os cuidados de saúde”.

“As pessoas têm que usar máscaras, luvas, álcool gel e temos que fazer campanhas educativas. Não estou preocupado com a economia, mas com empregos, cuja falta pode causar mais mortes”, afirmou o presidente, que demitiu o ministro da Saúde justamente por causa das diferenças de como lidar com o problema.

O deputado e ortopedista Luiz Henrique Mandetta foi demitido do posto e o oncologista Nelson Teich tomou o seu lugar.

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