Trem chinês inaugurado no Rio apresenta defeitos

13/09/2012 18:02 Atualizado: 19/09/2013 07:33
Um dos novos trens chineses no dia de sua inauguração, em 24 de agosto de 2012 (Marino Azevedo/Governo do estado do Rio de Janeiro)

RIO DE JANEIRO – Pouco mais de duas semanas depois de ser inaugurado, o primeiro dos 19 novos trens do metrô do Rio de Janeiro feitos na China e que estão sendo incorporados à frota apresentou problemas na manhã de segunda-feira (10).

Na estação São Cristóvão às 7h50, a caminho da estação Botafogo, ocorreu uma falha no fechamento de duas portas da nova composição. A pane causou atrasos de até 30 minutos na linha 2, antes de o trem ser removido para manutenção. De acordo com a concessionária MetrôRio, a composição está ainda em operação assistida e passando por ajustes.

Este não é o primeiro problema detectado nos novos trens “Made in China” encomendados pelo governo desde que aportaram no Rio, em abril deste ano. Na fase de testes, em março, devido à diferença de tamanho, os novos trens formaram um largo vão com as plataformas, que tiveram que entrar em obras.

Na viagem inaugural da primeira unidade da nova leva, em 24 de agosto último, identificou-se um desnível de até 22 centímetros entre o trem e as plataformas em três estações (Flamengo, Cidade Nova e Maracanã), obrigando o passageiro a subir e descer um degrau e dificultando a vida de cadeirantes, informou o jornal O Globo. Segundo a MetrôRio, a altura da composição seria ajustável e também dependeria do peso dos passageiros para nivelar com a estação.

Em julho, o Sindicato dos Metroviários também havia apontado que, por serem mais leves, os vagões balançam mais que os antigos correndo o risco de bater nas paredes dos túneis e o Ministério Público abriu investigação.

A expectativa é que dez novos trens do Metrô entrem em operação até dezembro e todos os 19 estejam operando até março de 2013, o que irá duplicar a capacidade, para 1,2 milhão de passageiros por dia.

Também os 18 dos 30 novos trens da SuperVia feitos na China e comprados pelo governo do estado que desembarcaram no Rio já vieram com partes enferrujadas, como portas e sistemas de engate. A oxidação teve que ser removida antes de as composições entrarem em operação.

Os trens da SuperVia, companhia que opera o serviço de trens urbanos no Rio de Janeiro, também apresentaram distâncias e desníveis entre o trem e as plataformas, que também tiveram que passar por obras.

Renovação da malha ferroviária

Sem investimentos em trinta anos, a malha ferroviária atual do Rio de Janeiro possui 165 trens que circulam em condições precárias, sendo 50 composições dos anos 50 e 60 consideradas obsoletas por especialistas. Os passageiros reclamam das filas, dos atrasos, da superlotação e das falhas operacionais.

Em 2009, foram encomendados 30 novos trens à chinesa Changchun Railway Vehicles (CNR) por 188 milhões de dólares, com recursos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O governo estadual encomendará mais outras 30 composições.

Serão, ao todo, 90 novos trens: os 60 encomendados pelo governo do estado mais os 30 encomendados pela própria SuperVia. Também, 73 composições serão reformadas. A previsão, segundo o governo, é ter todas as novas composições em operação na Copa do Mundo de 2014 e toda a frota completamente renovada até 2015, às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2016.