Sob o reino oceânico (Parte 3)

19/09/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 18:21
Garoupa nadando em um aquário na Turquia. (Mustafa Ozer/AFP/Getty Images)

Mergulhadores experimentam a excitação de ver garoupas debaixo d´água. Algumas não fogem dos seres humanos. Muitas requerem proteção legal, pois a sua vulnerabilidade causou uma diminuição devido à pesca. Estes peixes possuem uma inteligência biológica extraordinária que a observação humana apenas começou a compreender.

Por exemplo, a garoupa de Nassau, um dos peixes mais amistosos do recife. Os seus grandes olhos observam os mergulhadores como um cachorrinho observaria. Elas podem crescer até cerca de 20 quilos e são animais solitários e territoriais que acasalam uma vez por ano.

O acasalamento ocorre em agregados. É comum centenas destas garoupas de Nassau chegarem ao mesmo tempo todos os anos, migram por milhares de quilômetros de ocoeano. É um mistério como conseguem chegar nesse preciso espaço de tempo.  A altura do ano em que agregam ou se juntam é regulada pela Lua. É chamada a ‘Lua da Garoupa’.

No local ao largo da ilha de Guanaja, nas Honduras, milhares de garoupas de Nassau agregaram a 9,6 km da costa em volta de uma montanha submarina que ascende até 18 metros abaixo da superfície. A montanha submarina está rodeada por águas muito profundas. Durante cerca de sete dias após a primeira lua cheia em janeiro, os peixes chegam. Nadam num cone invertido desde a montanha submarina até à superfície. Formam um cone perfeito.

A determinada altura, as fêmeas prenhas, recheadas de ovos são perseguidas pelos machos. De repente, uma fêmea afasta-se perseguida por machos. Os seus corpos chocam. A fêmea liberta os ovos ao mesmo tempo que o esperma do macho é libertado no oceano. Os ovos são fertilizados e ficam à deriva das correntes do oceano.

Quando o ritual de acasalamento termina, as garoupas de Nassau vão embora. Regressam aos recifes onde habitam, que abrangem uma vasta área do Caribe e do Oceano Atlântico. Como os ovos fertilizados que sobrevivem aos predadores crescem a muitos quilômetros de distância do seu local de fertilização com a memória biológica de conseguirem regressar ao local de agregação muitos anos mais tarde?

Esta é uma questão, para a qual, após anos de estudo, ainda só podemos especular uma resposta. Novamente o posicionamento magnético. Mas com tudo isso, foi realizada pesca nos locais de agregação antes do acasalamento que aniquilou populações de garoupa. Na Flórida, a quantidade destes peixes diminui de tal forma que passou a ser proibido pescá-los.

Estes são exemplos de peixes, que normalmente não se suporia serem dotados de uma inteligência biológica de tamanha dimensão. Mesmo a mente humana, com todos os seus feitos tecnológicos e a capacidade de sondar planetas longínquos, ainda não consegue compreender totalmente este fenômeno. Se este fascínio é verdadeiro para estes animais, imagine para a ordem superior de mamíferos marinhos?

O Dr. John Christopher Fine é um biólogo marinho e especialista nos assuntos marinhos. Seu trabalho chamou atenção à contaminação dos oceanos com lixo tóxico. É um instrutor de mergulho profissional e formador de instrutores. Muitos dos seus 24 livros publicados são referência obrigatória na área.

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