Relator da ONU pede a governos europeus uma posição mais definida contra a perseguição ao Falun Gong

27/06/2011 00:00 Atualizado: 04/09/2013 17:34

Em entrevista ao periódico La Vanguardia, Heiner Bielefeldt propôs aos governo europeus não direcionar a defesa da liberdade religiosa só para os cristãos, como também oferecer defesa em situações como as enfrentadas por praticantes do Falun Gong na China

Heiner Bielefeldt, o recém-indicado relator-especial sobre Liberdade de Crença e Religião da ONU (UN-OHCHR)
Heiner Bielefeldt, o recém-indicado relator-especial sobre Liberdade de Crença e Religião da ONU (UN-OHCHR)

O relator especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre a liberdade de religião ou crença, Heiner Bielefeldt, em entrevista à mídia La Vanguardia, expressou a necessidade dos governos europeus assumirem posições mais definidas quanto à perseguição sofrida por praticantes do Falun Gong, especialmente aqueles que vivem na China.

Bielefeldt frisou a importância de que a defesa da liberdade de religião ou crença por parte dos governos europeus enfoque, além dos cristãos, outros grupos religiosos. Neste sentido, destacou a perseguição sofrida pelos praticantes do Falun

Gong, também conhecido como Falun Dafa.

“O movimento do Falun Gong conseguiu organizar a maior manifestação desde os acontecimentos de Tiananmen, então, as autoridades chinesas querem controlá-los. Seus participantes são tratados de forma terrível. Quando envio comunicações oficiais ao regime chinês a respeito, as cartas também são assinadas pelo relator especial da ONU contra a tortura; estas pessoas estão presas e, além disto, são torturadas”, apontou Bielefeldt.

“Em geral, os governos deveriam fazer mais. Gostaria de ver governos europeus assumirem uma postura mais clara sobre o Falun Gong na China, por exemplo.”

Em junho, Heiner Bielefeldt participou de um seminário em Barcelona sobre a democracia e a liberdade religiosa, organizado pelo Centro UNESCO da Catalunha. Sua apresentação se intitulava “Liberdade de religião ou crença: um direito humano sob pressão”.

O Falun Gong e a perseguição contra seus praticantes

O Falun Gong, ou Falun Dafa, é um caminho de cultivo espiritual baseado nos princípios de verdade, compaixão e tolerância. A prática consiste em cinco exercícios, um dos quais é a meditação.

Esta prática começou a se difundir na China em 1992 e em apenas sete anos o país já possuía 100 milhões de praticantes. Por esta razão, o regime chinês considerou-a perigosa e, a partir de 1999, iniciou uma severa perseguição contra seus praticantes.

Uma forma de perseguição amplamente utilizada pelo regime chinês contra os praticantes do Falun Dafa é a extração forçada de órgãos. Devido à importância do tema, o Epoch Times tem tratado inúmeras vezes do assunto da extração forçada de órgãos de praticantes ainda vivos do Falun Dafa na China.

Sobre Heiner Bielefeldt e o Conselho das Nações Unidas sobre a liberdade de religião ou crença

Heiner Bielefeldt assumiu o cargo de Relator Especial sobre a liberdade de religião ou crença da ONU em 1º de agosto de 2010. É professor de direitos humanos e questões políticas dos direitos humanos na Universidade de Erlangen-Nurnberg. De 2003 a 2009, foi diretor do Instituto Nacional de Direitos Humanos da Alemanha.

O Relator Especial sobre liberdade de religião ou crença é um perito independente, nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, informa o Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

As principais funções do cargo são:

• Promover, nos níveis nacional, regional e internacional, a adoção de medidas que assegurem a promoção e proteção do direito à liberdade de religião ou crença.

• Determinar quais são os obstáculos atuais e incipientes que impedem de desfrutar do direito de religião ou crença.

• Sugerir meios para superar tais obstáculos.