Político Grillo e sua plataforma para a Itália

15/03/2013 12:58 Atualizado: 15/03/2013 13:51
O político italiano Beppe Grillo durante uma entrevista em sua casa em Genoa em 2012. Seu movimento 5-Estrelas abalou as eleições italianas em fevereiro e Grillo disse numa entrevista em 13 de março que quer que a democracia volte à Itália (Giuseppe Cacace/AFP/Getty Images)

Giuseppe Grillo, que detém o status de celebridade na Itália, era pouco conhecido pelo resto da Europa, para não falar no resto do mundo, até a eleição mais recente na Itália. O movimento 5-Estrelas de Grillo terminou em terceiro, atrás apenas dos partidos estabelecidos e o mundo está começando a conhecer o ex-comediante “Beppe” Grillo.

Porque seu movimento “5-Estrelas” reuniu mais de 20% em ambas as casas do Parlamento italiano, nem o partido conservador em torno de Berlusconi nem os socialistas em torno de Per-Luigi Bersani podem formar um governo.

Como a Itália é vital para o funcionamento da União Europeia (UE), especialmente da zona do euro, e a zona euro é uma parte vital da economia mundial, o mundo está repentinamente ouvindo o que o Sr. Grillo tem a dizer.

“A Itália está de fato fora do euro. As nações do norte da Europa continuam a apoiar a Itália até que seus bancos compensem os investimentos que fizeram em títulos italianos. Depois disso, eles nos deixarão cair como uma batata quente”, disse ele em entrevista à mídia alemã Handelsblatt em 13 de março.

Devido a seu histórico e natureza sincera, não é de surpreender que políticos tradicionais e a mídia se concentrem em seu trabalho como comediante, retratando-o como alguém que não sabe o que está falando.

A revista britânica The Economist rotulou-o como um palhaço e um “novato econômico”. O socialista-político alemão Peer Steinbrück, que é candidato a chanceler em setembro, também o chamou de palhaço.

No entanto, uma palestra desse contador de formação apresentada em 1998 provou o contrário. Grillo conseguiu explicar as complexidades de um sistema de reserva monetária fracionada em cerca de dez minutos e ainda fez a plateia rir ao fazê-lo; o que não é pouca coisa para um comediante, muito menos para um economista.

Numa entrevista recente com o Handelsblatt, ele voltou a demonstrar sua proficiência econômica e seu compromisso com a democracia. “Observe o que está acontecendo na Grécia com [o partido neonazista] Aurora Dourada. Nós, por outro lado, estamos fazendo um favor à democracia.” De que forma?

“Nós queremos que as leis sejam discutidas no parlamento, mas também na internet. Hoje, a burocracia substituiu a democracia. A comunidade de cidadãos tem de se tornar o Estado.” Na prática, isso significaria um referendo sobre o euro e partes controversas do Tratado de Lisboa da UE, que segundo Grillo ignora a Constituição italiana.

Em termos de resolver os problemas de orçamento da Itália, suas políticas não são nem socialistas nem conservadoras, elas são pragmáticas. Ele propôs ajudar pequenas e médias empresas que contratam pessoas com menos de 35 anos e investem em pesquisa e desenvolvimento. Ele quer limitar o pagamento dos executivos até 12 vezes o salário médio, mas quer que acionistas determinem realmente a remuneração.

Para economizar dinheiro, ele propõe a retirada do exército italiano do Afeganistão (US$ 1,29 bilhão por ano), cortar os subsídios a jornais (ca. US$ 1,3 bilhão por ano) e reduzir os gastos com as pensões dos políticos, que, em alguns casos, recebem mais de US$ 13 mil por mês após servirem apenas um termo como deputado ou senador. Apenas esta medida economizaria a Itália US$ 16,8 bilhões por ano.

Apesar de não prever crescimento para a Itália pelos próximos cinco a dez anos, ele fala sobre uma rota alternativa para o desenvolvimento e é otimista em longo prazo.

“Acho que este país pode realizar um recomeço. Temos empresários e engenheiros que deixam o mundo invejoso. Temos cientistas por todo o mundo. Eu quero que eles voltem e este país a tenham esperança novamente. E esta esperança somos nós.”

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