Missão chinesa na ONU tenta desacreditar presidente uigur

30/10/2013 08:09 Atualizado: 05/11/2013 21:28

A missão chinesa nas Nações Unidas tentou desacreditar um representante uigur de destaque durante seu discurso numa conferência de imprensa sobre o pobre registro de direitos humanos da China, segundo um grupo de direitos.

Nos dias que antecederam à Revisão Periódica Universal (RPU) da China nas Nações Unidas, a missão chinesa na ONU tentou desacreditar Dolkun Isa, o presidente do Congresso Mundial Uigur (CMU), promovendo uma campanha difamatória destinada a influenciar a mídia estrangeira, disse a ‘Organização dos Povos e Nações Sem Representação’ (UNPO), uma organização não-governamental.

Numa carta divulgada na sexta-feira, a UNPO revelou que um membro da mídia estrangeira enviou um e-mail à organização, que explicava como a missão chinesa em Genebra estava circulando falsas declarações sobre Dolkun Isa, espalhando alegações enganosas que ele estaria associado com atividades terroristas.

Dolkun Isa estava programado para falar numa conferência de imprensa em Genebra em 22 de outubro, o dia da RPU da China, para tratar das contínuas violações dos direitos humanos do povo uigur pelo Partido Comunista Chinês (PCC).

A UNPO afirmou que campanha de difamação da China contra o Sr. Isa visa a desviar a atenção do histórico da China sobre o terrível tratamento da minoria uigur, chamando os esforços da China de “alegações infundadas contra ativistas uigures proeminentes” e de politicamente motivados.

“O Congresso Mundial Uigur e o Sr. Isa condenam a violência”, disse o comunicado da UNPO, explicando que a UNPO e o CMU buscam uma solução pacífica para os conflitos e “dão as boas-vindas a uma investigação independente e internacional sobre as acusações chinesas a respeito do terrorismo uigur”.

A China tenta associar os dissidentes uigures com grupos terroristas internacionais e defende a supressão na região uigur de Xinjiang (que chamam de Turquestão Oriental) para subverter as forças separatistas, o terrorismo e o extremismo, disse a UNPO.

Os estudiosos são céticos sobre a posição da China de que esta enfrentaria uma ameaça terrorista e têm dúvidas consideráveis sobre essa posição, disse a UNPO.

Dolkun Isa, um conhecido defensor dos uigures, fugiu da China em 1997 e pediu asilo na Europa, onde mais tarde recebeu cidadania alemã. Em 2012, ele se reuniu com representantes do Congresso dos Estados Unidos para discutir o tratamento dos uigures na China, embora a República Popular da China tenha tentado impedir as reuniões.

A província de Xinjiang na China tem sido palco de revoltas violentas e periódicas, enquanto China aperta o controle sobre a população local e se mobiliza para explorar os ricos recursos da região. Onze uigures foram mortos em cinco repressões distintas entre 25 de setembro e 11 de outubro, informou a Rádio Free Asia.