100 milhões de chineses cortam laços com o Partido Comunista

07/08/2011 00:00 Atualizado: 04/09/2013 18:16
Participantes numa marcha em Washington DC celebram os 100 milhões de desligamentos do Partido Comunista Chinês e suas organizações afiliadas (Edward Dai/Epoch Times)
Participantes numa marcha em Washington DC celebram os 100 milhões de desligamentos do Partido Comunista Chinês e suas organizações afiliadas (Edward Dai/Epoch Times)

Um marco foi alcançado na China, mas não do tipo que o Partido Comunista Chinês (PCCh) esteja comemorando. Nos últimos sete anos, um movimento pacífico tem crescido firmemente, um movimento que encoraja os chineses a renunciarem todas as afiliações com o Partido Comunista. Esta semana, esse movimento alcançou a marca monumental de 100 milhões de participantes.

“Ter 100 milhões de chineses desistindo do Partido Comunista Chinês é uma ocasião para celebrar e um marco histórico na história chinesa”, disse Yi Rong, presidente do Centro de Serviço Global para Renúncia ao PCCh de Nova York, numa conferência de imprensa.

“Isso significa muito para o presente e o futuro da China, assim como para a transição da China em direção a um futuro livre do terror imposto pelo Partido Comunista”, disse ela.

Conhecido como “Tuidang” em chinês, o movimento da renúncia chinesa ao Partido começou no final de 2004, seguido da publicação dos Nove Comentários sobre o Partido Comunista pelo Epoch Times.

Os Nove Comentários são uma série editorial que detalham a história do PCCh, seu histórico de direitos humanos e episódios de terror como a Revolução Cultural, o Grande Salto para Frente, o Massacre da Praça Tiananmen e a perseguição da prática espiritual do Falun Gong, tópicos que são ignorados ou deturpados sob o constante regime de censura e propaganda do PCCh.

O editorial, que foi espalhado na China continental por fax, e-mail e cartas, resultou numa enorme quantidade de cartas enviadas à edição chinesa do Epoch Times feitas por leitores que queriam renunciar seus laços com o PCCh e suas organizações afiliadas, como a Liga da Juventude e os Jovens Pioneiros.

Estima-se que mais de 700 milhões de chineses estejam afiliados a pelo menos um desses três grupos.

“Esses 100 milhões incluem pessoas de todas as classes sociais, desde o topo, como os militares e oficiais do governo, até as classes mais baixas como camponeses e estudantes, atravessando todas as classes sociais”, disse Yi.

Uma moradora da província de Liaoning no nordeste da China, Li Yumei, renunciou a suas afiliações com a Liga da Juventude e os Jovens Pioneiros em 4 de agosto.

“Após ler os Nove Comentários sobre o Partido Comunista, parecia que eu havia acordado de uma ilusão”, disse Li em seu depoimento. “Durante seis décadas de seu governo, [o PCCh] sempre viu o povo como escravo, que poderia ser usado a qualquer hora e de qualquer maneira. Ele utilizou palavras maliciosas para nos atrair durante a infância, para nos afiliarmos a organizações como a Liga da Juventude e aos Jovens Pioneiros, algo de que tenho o maior arrependimento.”

“Para cortar laços com as mentiras do Partido maligno, suas lavagens cerebrais e controle mental, e em nome da liberdade e democracia, pelas pessoas que querem ser capazes de tomar suas próprias decisões, eu gostaria de solenemente renunciar a sua Liga da Juventude e aos Jovens Pioneiros.”

Li Dayong, diretor executivo do Centro de Serviço Global para Renúncia ao PCCh, disse que as declarações são parte de uma “guerra entre o bem e o mal”.

O Senado dos EUA assumiu a liderança em reconhecer o movimento Tuidang introduzindo uma resolução bipartidária em julho em reconhecimento ao movimento. Li disse que a resolução representa o reconhecimento da comunidade internacional ao Tuidang.

Enquanto o movimento Tuidang implicitamente apoia a mudança de regime na China, ele não vem com prescrições de reposição política, e é entendido tanto por seus participantes quando ativistas como um despertar espiritual e ético ao invés de uma revolução política.

O movimento não advoga a derrubada do Partido Comunista Chinês, mas apela aos chineses a realizarem uma separação psicológica entre o futuro da China e o PCCh. Os chineses que rejeitam as mentiras e a violência inerentes ao regime do PCCh frequentemente estão dispostos a ajudar a espalhar a notícia sobre o movimento, mesmo diante do perigo imposto pelo regime.

“Eu acho que as 100 milhões de pessoas que já se desligaram do PCCh exercerão um efeito bola de neve”, Yi disse. “Eu acho que num futuro próximo, a China verá uma grande mudança social que será apoiada por todas as pessoas boas no mundo.”