Ao lado de Gil, Marina defende investimento em cultura

19/09/2014 08:00 Atualizado: 07/10/2014 21:30

RIO DE JANEIRO – A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, realizou um comício para artistas e intelectuais na noite desta quarta-feira (17) na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio de Janeiro. Marina discursou para uma plateia de aproximadamente 200 pessoas em favor de mais investimentos em cultura. “Cultura não é custeio, é investimento”, disse, mencionando tecnologia e destacando a capacidade de “articulação” e “mobilização” da “cultura popular” em rede.

Marina Silva iniciou seu discurso lembrando a manobra do governo federal para inviabilizar o registro de seu partido, o Rede Sustentabilidade, e dizendo-se a melhor representante da indignação dos protestos de junho de 2013. “Eu não sou uma líder, vocês são os líderes. Somos uma rede.”

Caracterizando os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como sendo a “velha política”, ela defendeu uma “nova política” que jogue, porém, com “os melhores” quadros de cada partido. Também narrou sua trajetória desde a Teologia da Libertação até a aproximação com o então candidato a presidente Eduardo Campos (PSB), morto em 13 de agosto num acidente aéreo e de quem concorria como vice.

Principal destaque do ato, o compositor Gilberto Gil e ex-ministro da Cultura no governo Lula cantou à capela uma canção que escreveu especialmente para a candidata. Acompanhado apenas por palmas da plateia, ele emocionou a ex-senadora. “Marina vou eu, votar na Marina, Marinaaa”, dizia o refrão.

Na chegada, ele explicou ao Epoch Times a simpatia e predileção que nutre pela ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula mas que não pretende assumir cargos num eventual governo Marina.

“Investir em Meio Ambiente e Cultura não é custeio, é investimento, nós dizíamos. Mas esse pessoal que via como custeio passava a tesoura na gente sem dó nem piedade”, completou Marina, agradecendo o apoio de Gil e lembrando o período em que ambos foram ministros do governo petista.

O encontro teve a mediação do ator Marcos Palmeira, filiado ao PSB, e espaço para perguntas, feitas por 12 ditos representantes de diferentes segmentos artísticos e que acabaram se transformando em mensagens de apoio à candidatura de Silva.

Os artistas presentes cobraram aumento de recursos para a pasta da Cultura e repassaram demandas em especial de produtores cinematográficos. Constou da pauta de reivindicações, ainda, o Ensino de música nas escolas.

Servidores públicos da Ancine (Agência Nacional de Cinema) também estiveram presentes. Eles cobraram abertura de concursos públicos para reposição do efetivo que se aposenta e verbas para produção audiovisual.

Outro que compareceu foi o cantor e compositor Jorge Mautner, que justicifou sua presença por estar afinado com a posição de Gil, mesmo fazendo campanha para candidatos do PT no estado do Rio Grande do Sul.

Entre os artistas e intelectuais presentes também estiveram Jorge Pontual, Eriberto Leão, Marco Nanini, Marcelo Rubens Paiva, Beth Goffman, Luiz Eduardo Soares, Victor Fasano e Otávio Muller.