O chefe da empresa chinesa que doou 2 milhões de dólares à Fundação Clinton em 2013 tem um histórico de tentar influenciar as políticas externas entre os EUA e a China.
A doação foi feita pela Rilin Enterprises, segundo a investigação da CBS News. O chefe desta empresa é Wang Wenliang, que de acordo com a CBS, foi convidado a integrar o Congresso Nacional Popular do regime chinês como delegado em 2013.
A Rilin Enterprises é dona de um porto estratégico na fronteira da Coreia do Norte, e foi uma das empreiteiras que construiram a embaixada Chinesa em Washington. A CBS nota que ela também é próxima de uma das principais agências de espionagem do regime chinês, o Ministério de Segurança do Estado.
A Fundação Clinton não respondeu imediatamente a um pedido para comentar.
A influência política da Fundação Bill, Hillary e Chelsea Clinton é bem conhecida, e a CBS News faz nota que muitas pessoas doam à fundação por esse motivo.
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As provas sugerem que Wang pode estar entre os doares da fundação que pretendem usar sua influência. A CBS News cita registros públicos que demonstram que a Rilin Enterprises de Wang gastou 1.4 milhão de dólares desde 2012, tentando influenciar o Congresso norte-americano e o Departamento de Estado dos EUA quando Clinton ainda estava no escritório.
O interesse de Wang em programas que pretendiam influenciar as políticas entre os EUA e a China vão muito além das doações. Ele fundou ou ajudou a estabelecer numerosas organizações nos Estados Unidos, desde grupos de reflexão até instituições acadêmicas, concebidas para influenciar as relações entre os EUA e a China, a política externa dos EUA e a política de segurança norte-americana.
De acordo com a Universidade da Carolina do Sul, que deu a Wang um diploma honorário, ele “é um grande benfeitor interessado nas relações entre os EUA e a China, nas relações do sudeste da Ásia, e na relações da Península da Coreia”.
A Rilin Enterprise de Wang providenciou o lançamento de um fundo em setembro de 2014, para estabelecer o Centro Para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), chamado Zbigniew Brzezinski Institute on Geostrategy. O CSIS nota que o instituto se tornaria “um lar permanente para uma forte e eficaz política externa americana”.
Controvérsia crescente
Hillary Clinton está, no momento, sendo questionada de várias direções. No dia 3 de março, o New York Times relatou que em vez de usar uma conta de email segura do Departamento de Estado, Clinton usou uma conta de email privada durante os seus quatro anos como secretária de Estado.
Quando foi pedido a Clinton que entregasse os seus emails, ela apagou cerca de 32 mil emails que afirmou serem privados.
O presidente do Comitê Benghazi, Trey Gowdy, enviou uma intimação para Clinton no dia 11 de março pedindo seus emails privados sobre a Líbia e o ataque terrorista à embaixada dos EUA de 2012. De acordo com o político, os advogados de Clinton responderam imediatamente pedindo uma extensão do prazo para o dia 27 de março.
A controvérsia à volta dos emails de Clinton vêm no momento em que surgiram notícias de que a Fundação Clinton aceitou milhões de dólares de sete governos estrangeiros enquanto Clinton servia como secretária de estado.
O Washington Post relatou que governos estrangeiros, incluindo o governo da Argélia, puderam doar à fundação Clinton durante o seu mandato devido a um acordo de 2008, que permitia que governos que já haviam doado previamente pudessem fazer contribuições de níveis semelhantes.
A Fundação Clinton, que investe milhões todos os anos para combater a AIDS e pelos direitos das mulheres, recebeu pelo menos 42 milhões de dólares de governos estrangeiros, de acordo com a CBS News, e recebeu pelo menos 170 milhões de dólares de entidades e indivíduos estrangeiros.
O New York Times nota a hipocrisia de Clinton no que diz respeito a apoiar os direitos das mulheres, e realça que no dia 8 de março a Fundação Clinton aceitou dezenas de milhões de dólares em donativos de seis países do Oriente Médio, “todos os quais o Departamento de Estado criticou devido à discriminação sexual e a outras questões ligadas aos direitos humanos”.
A conexão entre as tríades
Hillary Clinton tem uma longa história no que diz respeito a aceitar donativos de organizações chinesas pouco recomendáveis.
Enquanto constrói a sua esperada campanha presidencial à volta dos direitos da mulher, é de se notar que desde 2007 e 2008, Clinton listava como doadores “as associações de vizinhos chineses”, publicou o LA Times na altura, incluindo pelo menos uma associação com longa história de jogo ilegal, abuso de imigrantes e tráfico humano.
O LA Times não mencionou o nome das organizações, entretanto notou que representavam sobretudo imigrantes da Província de Fujian, e pelo menos um dos doadores de Clinton nessa altura era a Fukien American Association, de acordo com documentos obtidos pelo Epoch Times.
A Fukien American Association é uma das “pinças” chinesas, e de acordo com o livro “Chinatown Gangs: Extortion, Enterprise, and Ethnicity,” escrito por Ko-lin Chin, a associação é uma organização afiliada com o Fuk Ching Gang, que é uma das organizações mais conhecidas por tráfego de seres humanos em Nova York.
O Fuk Chin geria o infame Golden Venture, um cargueiro de 45 metros que encalhou na praia Rockaway em Queens, Nova York, em 1993, com 286 imigrantes ilegais da China a bordo.
O Fuk Ching Gang também trabalhou com o notório Cheng Chui “Sister” Ping, que morreu numa prisão federal dos EUA em abril de 2014, depois de ter sido preso por organizar uma operação em grande escala de tráfico humano entre Hong Kong e Nova York, de 1984 até 2000.
Quando o LA Times investigou 150 dos dadores chineses de Clinton em 2007, relatou que “muitos dizem que doaram a Clinton porque foram instruídos por líderes das associações locais. Alguns dizem que queriam ajudar a resolver as questões de imigração. Vários afirmaram que era uma questão de orgulho estar associado com uma figura tão poderosa como Clinton”.