Extração ilegal de órgãos na China é sancionada pelo Estado

10/07/2014 14:01 Atualizado: 17/07/2014 14:29

A perseguição brutal ao Falun Gong que ocorre na China tem feito os adeptos desta disciplina espiritual os principais alvos da extração forçada de órgãos que sustenta a indústria de transplante de órgãos do país. O regime totalitário comunista chinês aprova este crime hediondo contra a humanidade que ocorre sistematicamente a mais de uma década.

Membros do Parlamento da União Europeia (MPE) apontaram esta situação trágica antes de aprovarem uma resolução da União Europeia (UE) sobre a questão.

A resolução, proposta por 56 congressistas de cinco partidos políticos, exorta o governo chinês “… que cesse imediatamente a prática da extração de órgãos de prisioneiros de consciência e de membros de grupos minoritários étnicos e religiosos”.

E afirma que acabar com esta atroz política de Estado apenas em 2015 “não é aceitável”. A resolução também pede a “libertação imediata” de todos os prisioneiros de consciência na China, incluindo os praticantes do Falun Gong.

Membros do Parlamento Europeu: As atrocidades da coleta de órgãos na China são sancionadas pelo Estado

Numa conferência de imprensa durante uma sessão plenária do Parlamento Europeu, Edward McMillan-Scott, o vice-presidente do Parlamento, afirmou que a extração forçada de órgãos em larga escala só foi possível por causa do regime totalitário chinês. E afirmou que regimes totalitários, seja o nazista, a URSS ou o Partido Comunista Chinês, não têm limites para a maldade.

Sua própria investigação na China em 2006, bem como outras investigações independentes, chegaram à mesma conclusão, que prisioneiros de consciência, principalmente os praticantes do Falun Gong, são alvos da extração forçada de órgãos.

Numa entrevista com a NTDMcMillan-Scott disse: “O Parlamento Europeu é a voz de 500 milhões de europeus. A forma como os prisioneiros de consciência, especialmente o enorme número de praticantes do Falun Gong, têm sido torturados é terrível e, ainda pior, muitos deles perdem a vida para o negócio lucrativo da extração de órgãos, que é coordenado pelo Exército da Libertação Popular da China, e é isso que a resolução visa condenar.”

O professor Leonidas Donskis, um congressista da Lituânia, acredita que os crimes da extração ilegal de órgãos só podem ocorrer num país comunista. Ele disse que o respeito à China só será possível após o fim desses crimes.

“Não podemos ignorar o fato de que, no século XXI, os seres humanos sejam relegados à condição de matéria-prima para transplantes de órgãos, para a extração forçada de órgãos. Isto é absolutamente inacreditável, após a 2ª Guerra Mundial, depois dos nazistas. Não podemos tolerar essas práticas”, disse ele numa entrevista.

A MPE Laima Liucija Andrikiené comentou após a resolução da UE: “Durante o debate sobre esta resolução urgente, eu também expressei minha opinião. Eu disse que a extração sistemática de órgãos sancionada pelo Estado chinês, incluindo presos políticos, prisioneiros de consciência, principalmente praticantes do Falun Gong, é absolutamente inaceitável e deve parar imediatamente.”

Praticantes do Falun Gong são os alvos principais

Mesmo que a notícia da extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong tenha aparecido com força em 2006, o médico chinês Wang Guoqi já havia testemunhado no Congresso dos EUA em junho de 2001 que os hospitais chineses estavam trabalhando em conluio com as agências de segurança do Estado para extrair órgãos de prisioneiros executados sem o consentimento dos doadores, e que estes transplantes eram uma fonte de renda lucrativa.

Quando a perseguição ao Falun Gong resultou num grande número de prisioneiros de consciência em campos de trabalho forçado e prisões, a escala da extração de órgãos aumentou astronomicamente na China sob a diretiva do ex-líder chinês Jiang Zemin, que disse: “Quebrem os praticantes do Falun Gong fisicamente, destruam sua reputação e os arruínem financeiramente.”

Monica Macovei, MPE e ex-promotora, não tem dúvida da existência de um grande banco de órgãos de pessoas vivas, devido ao curtíssimo tempo de espera para encontrar órgãos compatíveis para transplante na China em relação ao prazo padrão no resto do mundo.

Em entrevista, ela comentou: “Eu afirmo que mais da metade das pessoas que são vítimas da extração forçada de órgãos são membros do Falun Gong. Basicamente, os praticantes são as principais vítimas deste crime, após sua manifestação pacífica de junho de 1999.”

Eija-Riitta Korhola, MPE da Finlândia, acredita que uma das principais causas da extração forçada de órgãos em larga escala na China é a sistemática perseguição ao Falun Gong sancionada pelo Estado, que o McMillan-Scott identifica como genocídio de acordo com as leis internacionais.

‘Muito mais determinado em apoiar o povo chinês’

Como autor da resolução, o sr. Tunne Kelam, congressista sênior do maior grupo político do Parlamento, ficou satisfeito ao ver que ela foi aprovada: “Demorou muito tempo. Deveríamos ter feito isso antes, mas acho que aprendemos muito neste processo de apoio. Agora estamos muito mais esclarecidos sobre o que está ocorrendo na China, e muito mais determinados a continuar com o nosso apoio e expressar nossa solidariedade ao povo chinês.”

Esta matéria foi originalmente publicada pelo Minghui.org