Chineses juntam-se ao pedido de excluir China do Conselho de Direitos Humanos da ONU

11/11/2013 08:08 Atualizado: 11/11/2013 08:08

A dispersa comunidade de ativistas na China tem repetido exigências feitas por aqueles fora do país: que a República Popular da China (RPC) não está apta a fazer parte do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH).

O sentimento parece absurdo para um povo que deveria ser patriótico e defensor do Estado chinês, mas esses ativistas, cujos esforços foram recentemente divulgados pelo website Defensores dos Direitos Humanos Chineses, apontam para as violações de direitos humanos do regime dentro e fora da China e argumentam que estas desqualificam o regime chinês de qualquer posição oficial na comunidade internacional de direitos humanos.

Os membros do CDH devem respeitar as normas de direitos humanos do Conselho, segundo seu website. De acordo com a petição, na última vez que a RPC foi um membro do conselho (2006-2012): “A China apoiou o governo militar da Birmânia na supressão de movimentos democráticos e de defensores dos direitos humanos. Ela ajudou o governo autoritário do Zimbabwe e obstruiu o desenvolvimento da democracia; e auxiliou o regime Assad na Síria em massacrar o próprio povo.”

A petição – um gesto ousado num país cujo regime comunista mantém um dos aparatos mais proativos de repressão estatal – foi assinada por centenas de residentes de Shanghai e depois reforçada por ativistas das províncias de Zhejiang, Jiangsu, Anhui e 10 outras.

“Initiatives for China”, um grupo ativista que trabalha no exterior pela democracia na China, diz que recolheu mais de 10 mil assinaturas de chineses no país e no estrangeiro se opondo a candidatura da RPC. Recentemente, eles protestaram em frente ao prédio da ONU em Nova York.

“Permitir que a China se torne um membro [do CDH] é permitir que um lobo cuide de ovelhas”, disse Rebiya Kadeer, um líder dos muçulmanos uigures, um povo da província de Xinjiang, no Oeste da China, que frequentemente sofre repressão das autoridades chinesas.

As chances de sucesso dos ativistas são duvidosas. A votação por uma vaga no CDH ocorre em 12 de novembro. Há quatros assentos vagos e cinco países candidatos para preenchê-los. Provavelmente a única razão da China estar fora do CDH é porque ela era inelegível da última vez, pois havia cumprido dois mandatos consecutivos.