Reunião na ONU termina sem consensos e com troca de acusações entre Israel e Irã

Israel foi alvo de um ataque sem precedentes do Irã, com mais de 350 drones e mísseis lançados contra o seu território

Por Fernanda Salles
15/04/2024 12:39 Atualizado: 15/04/2024 12:39

A reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, realizada neste domingo (14), abordou os ataques do Irã contra Israel, que lançou mais de 350 drones e mísseis contra o território israelense na noite de sábado. Contudo, o encontro concluiu-se sem que houvesse consenso ou qualquer direcionamento definido.

O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, defendeu que Israel “tem todo o direito de retaliar o ataque do Irã”. Erdan ainda deu declarações fortes, dizendo que o regime iraniano age como o Terceiro Reich de Adolf Hitler.

Por sua vez, Amir Saeid Iravani, embaixador iraniano nas Nações Unidas, afirmou que o Irã exerceu seu “direito à autodefesa”: “O Conselho de Segurança falhou em seu dever de manter a paz e a segurança internacionais ao não condenar o ataque de 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco. Então, o Irã não teve escolha a não ser exercer seu direito à autodefesa”, disse.

Durante a reunião, o embaixador de Israel não hesitou em pedir “todas as sanções possíveis” contra o Irã. Em um apelo urgente, Erdan enfatizou que “o Conselho precisa agir” e instou para que “todas as sanções possíveis sejam impostas ao Irã antes que seja tarde demais”. 

Apesar da aliança entre Israel e Estados Unidos, o presidente democrata Joe Biden deixou claro em sua conversa com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, neste sábado, que os americanos não estarão envolvidos em uma eventual reação militar de Israel aos ataques iranianos. Contudo, as declarações de Erdan vão no sentido oposto, mas com cautela.

“O ataque de ontem cruza todas as linhas vermelhas, e Israel tem todo o direito de retaliar. Não somos um sapo numa panela fervendo, somos um país de leões”, declarou Erdan.

“Há anos, o mundo vem assistindo à ascensão dos xiitas como foi a ascensão do nazismo. O Irã vem violando às resoluções do Conselho de Segurança e a Carta da ONU há anos. O mundo deve parar as ações criminosas do Irã”, acrescentou.

O diplomata israelense acrescentou que o país não tem interesse em uma “guerra completa”.

“Do meu entendimento, não há interesse de ninguém em chegar a uma guerra total em todo o Oriente Médio, nem de Israel e espero também que dos outros. Vamos ver que tipo de reação Israel vai ter, em que lugar, em qual intensidade e quando vai acontecer, mas uma certa resposta israelense vai ter antes de podermos dialogar”, declarou o embaixador.