Portugal convoca embaixador iraniano após Teerã apreender navio de bandeira portuguesa

Por Agência de Notícias
16/04/2024 16:14 Atualizado: 16/04/2024 16:14

O governo de Portugal convocou nesta terça-feira o embaixador do Irã em Lisboa, Seyed Majid Tafreshi, para pedir “contenção máxima” no Oriente Médio, após a apreensão pela Guarda Revolucionária iraniana de um navio cargueiro de bandeira portuguesa no sábado.

O Ministério das Relações Exteriores português, liderado pelo conservador Paulo Rangel, informou hoje em comunicado que exigiu a “liberação imediata” do navio, o ‘MSC Aries’, “à luz das obrigações de Portugal enquanto Estado de bandeira”.

“Foi também exigida a libertação da tripulação, que deve ser tratada com dignidade enquanto o navio estiver apreendido, visto que as explicações prestadas até agora não são consideradas consistentes”, afirmou a chancelaria portuguesa.

Na sequência da convocação do embaixador iraniano, o Ministério das Relações Exteriores português decidirá se tomará medidas adicionais.

Durante a reunião, o diretor-geral da Política Externa portuguesa, Rui Vinhas, reiterou a condenação “veemente e categórica” que o governo português já havia expressado em relação ao ataque iraniano contra Israel no fim de semana.

Além disso, manifestou a “profunda preocupação” do Executivo português “com a escalada do conflito na região, pedindo contenção máxima”.

Há dois dias, o embaixador de Portugal no Irã, Carlos Costa Neves, reuniu-se em Teerã com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, para discutir a situação do cargueiro.

A Guarda Revolucionária iraniana apreendeu no sábado o cargueiro de bandeira portuguesa ‘MSC ARIES’ ligado à empresa israelense Zodiac Maritime, que o Irã acusa de violar as regulamentações marítimas internacionais.

A empresa MSC especificou que o navio tem 25 tripulantes.

Horas depois dessa apreensão, o Irã lançou centenas de drones e mísseis contra Israel, em resposta ao bombardeio que há duas semanas destruiu o seu consulado em Damasco e matou dirigentes da Guarda Revolucionária.

Segundo o Exército israelense, a maior parte dos dispositivos foi interceptada pela sua defesa antiaérea.