PCCh aumenta perseguição contra os praticantes do Falun Gong da minoria étnica Yi

Miao Xiuqiong, de 75 anos, foi condenada a um total de oito anos e meio de prisão apenas por seguir sua fé

Por Renato Pernambucano
06/10/2023 21:06 Atualizado: 07/10/2023 06:05

A perseguição do Partido Comunista Chinês (PCCh) contra o Falun Gong envolve toda a máquina estatal da China e desconhece limites étnicos e territoriais, inclusive fora do país. No caso mais recente denunciado pela revista Bitter Winter, o PCCh lançou uma campanha repressiva contra as religiões consideradas “ilegais” entre os habitantes da minoria étnica Yi.

Situados no sudeste da província de Yunnan, na fronteira com o Vietnã, a Prefeitura Autônoma de Yi e Honghe Hani é a região onde a minoria étnica Yi se concentra. Eles possuem uma religião xamânica tradicional, também alvejada pela interferência do PCCh, que inventou uma suposta “igreja xamânica do Bimoismo” com o intuito de manter a fé da minoria sob o rígido controle do regime.

Apesar do controle contra as consideradas “religiões ilegais”, muitos membros da etnia Yi escolheram seguir crenças “não autorizadas” pelo PCCh, desencadeando assim as campanhas de propaganda e repressão dirigidas à Prefeitura Autônoma de Honghe Hani e Yi, principalmente pela presença do Falun Gong entre os habitantes.

Apresentado ao público no início da década de 1990, o Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, espalhou-se rapidamente através do boca a boca. A prática espiritual ensina seus adeptos a seguir os princípios da verdade, compaixão e tolerância, bem como cinco exercícios meditativos.

As estimativas oficiais colocam o número de adeptos entre 70 milhões e 100 milhões antes do PCCh, liderado pelo então líder do partido, Jiang Zemin, lançar uma campanha de perseguição para “erradicar” o Falun Gong em 1999. O PCCh inicialmente apoiou a prática, mas acabou por considerar o seu popularidade intolerável, vendo-a como uma ameaça ao controle do regime sobre a sociedade.

A Sra. Miao Xiuqiong, de 75 anos, além de fazer parte da etnia Yi é também uma praticante do Falun Gong. Apenas nas últimas semanas os parentes da senhora descobriram seu paradeiro, que havia “desaparecido” depois de ser levada pela polícia em dezembro de 2021. A Sra. Miao foi condenada a quatro anos de prisão e só será libertada em dezembro de 2025.
O crime da senhora de 75 anos é praticar o Falun Gong, seguir seus princípios e não desistir de sua fé. Ela já havia sido presa em 2016 pelo mesmo motivo, através de uma condenação pelo Tribunal do Condado de Jianshui, tendo sido libertada apenas em 2020 depois de cumprir quatro anos e seis meses de prisão.

Antes das duas prisões, logo no início da brutal perseguição contra o Falun Gong em 1999, a Sra. Miao foi enviada diversas vezes para um centro de reabilitação de drogas, mesmo sem nunca ter tido problemas com drogas, sendo um dos métodos conhecidamente utilizados pelo PCCh para torturar praticantes e forçá-los a renunciar sua fé,

Segundo a Bitter Winter, a Sr. Miao Xiuqiong está sendo perseguida de forma tão severa e impiedosa, mesmo com sua idade avançada, devido À popularidade do Falun Gong entre a minoria Yi. Os praticantes do Falun Gong são perseguidos independentemente de sua etnia, mas na visão do PCCh é ainda mais perigoso pertencer a uma minoria étnica e decidir não abandonar a prática.

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