Os cinco piores ditadores do século 21

19/06/2023 11:50 Atualizado: 19/06/2023 11:53

O século 20 teve os piores tiranos do mundo: Mao, Stálin, Hitler; mais de 100 milhões de pessoas foram assassinadas durante esses cem anos. Mas o século 21 não fica atrás no que se refere a ditadores brutais; na verdade, alguns desses déspotas até superam seus predecessores na extensão de sua perversidade!

Nesta lista, compilamos aqueles que acreditamos serem os piores tiranos do século atual. Embora seus crimes possam ser menos conhecidos hoje, as futuras gerações provavelmente definirão seus atos como um “mal absoluto” nos próximos anos. Não acredita? Bem, então dê uma olhada:

1. Jiang Zemin, China (no poder de 1989 a 2002)

O ex-ditador chinês Jiang Zemin no Grande Salão do Povo em Pequim, China, em 8 de novembro de 2012 (Feng Li/Getty Images)

Nascido em 1926, Jiang Zemin, também conhecido como “O Sapo”, passou sua carreira escalando posições no Partido Comunista Chinês (PCCh) por meio de manobras políticas e da bajulação de funcionários do alto escalão. O genocídio, no entanto, tornou-se seu legado mais notável.

Na época do massacre da Praça Tiananmen em 1989, Jiang Zemin havia se tornado um funcionário de terceiro escalão do PCCh. No entanto, sua demonstração de apoio ao assassinato em massa de estudantes durante os protestos, apesar do fato de seu antecessor ter se recusado a fazê-lo, foi o que o levou a se tornar um oficial de alto escalão e líder do PCCh.

(Langevin Jacques/Getty Images)
(Langevin Jacques/Getty Images)

O mandato de Jiang como líder do Partido ficou caracterizado pela corrupção maciça, pela luta política interna e pela degradação ambiental, o que o conduziu a cometer seus crimes mais sérios que começaram durante a virada do século: o genocídio.

Parece que Jiang aprendeu que a vontade de massacrar as massas para consolidar seu poder e incutir medo nos corações daqueles que tinham liberdade era um meio seguro para avançar dentro do Partido.

Ele aproveitou a oportunidade em 1999 para encontrar um novo alvo, os praticantes de um “qigong” tradicional chamado “Falun Gong”, que eram em torno de 100 milhões de pessoas, que exerciam sua liberdade apesar da “desaprovação” do Estado. Jiang os reprimiu rápida e duramente, embora não à vista de todos como no Massacre da Praça Tiananmen, quando então o PCCh compreendeu que o resto do mundo “franze a testa” diante de assassinatos indiscriminados.

(Flower of the heart)
(Flower of the heart)

O genocídio assumiu a forma de campos de trabalhos forçados na China, para onde milhões de praticantes do Falun Gong são levados e onde o assassinato, a tortura e o tratamento desumano são usados para forçá-los a renunciar à sua liberdade, abandonar a prática do Falun Gong e permanecer alinhados com o Estado.

Aqueles que não renunciam, de acordo com investigações confiáveis, são enviados para hospitais militares onde seus órgãos são extraídos e vendidos (para obter lucros maciços), e os “doadores” são cremados, às vezes enquanto ainda estão vivos. De acordo com estimativas, no ano de 2018, entre 1,2 e 1,8 milhão de praticantes do Falun Gong serão mortos em salas de cirurgia.

Felizmente, Jiang foi destituído do poder em 2002, embora suas operações genocidas de “extração de órgãos” tenham continuado sob jurisdição militar.

O relatório analisa todos os centros de transplante de órgãos na China, mais de 700. (Ilustração de Jens Almroth/Epoch Times)
O relatório analisa todos os centros de transplante de órgãos na China, mais de 700. (Ilustração de Jens Almroth/Epoch Times)

2. Kim Jong-un, Coreia do Norte (no poder desde 2011 até o presente)

Coreia do Norte, Kim Jong-un, sanções, bloqueio naval - O ditador norte-coreano Kim Jong-un durante a 5ª Conferência dos Líderes do Partido dos Trabalhadores da Coreia, nesta imagem da mídia estatal KCNA publicada em 23 de dezembro de 2017 (AFP/Getty Images via KCNA)
O ditador norte-coreano Kim Jong-un durante a 5ª Conferência dos Líderes do Partido dos Trabalhadores da Coreia, nesta imagem da mídia estatal KCNA publicada em 23 de dezembro de 2017 (AFP/Getty Images via KCNA)

Kim Jong-un deu continuidade à ditadura de seu pai, Kim Jong-il. O regime na Coreia do Norte continua sendo um dos mais repressores do mundo. A Coreia do Norte tem ocupado as últimas posições no ranking de direitos políticos e liberdades civis da Freedom House, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1941 e sediada em Washington, D.C., capital dos Estados Unidos, com escritórios de trabalho em aproximadamente uma dúzia de países.

Os campos de prisioneiros possuem até 200 mil pessoas, incluindo opositores políticos e suas famílias, e até mesmo crianças, que são mantidas presas por “crimes” como a estocagem de alimentos e atividades “antissocialistas”.

De acordo com o Comitê de Direitos Humanos dos Estados Unidos, os prisioneiros são forçados a trabalhar em prisões ou campos de trabalho onde as mães são obrigadas a matar seus recém-nascidos e os prisioneiros são mantidos em pequenas gaiolas.

Embora seja difícil averiguar os números, dezenas de milhares morreram, silenciosamente ou não, nessas guaridas do mal.

Em um relatório elaborado em 2013 sobre os direitos humanos na Coreia do Norte, o Relator Especial das Nações Unidas, Marzuki Darusman, propôs que seja realizada uma investigação para documentar os crimes contra a humanidade cometidos pelo regime de Kim Jong-un. O relatório foi publicado em fevereiro de 2014 e recomenda que Kim Jong-un seja denunciado por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional.

3. Omar Al-Bashir, Sudão (no poder desde 1989 até 2019)

O ditador Omar al-Bashir saúda durante uma cerimônia para marcar o 53º aniversário da criação das forças armadas sudanesas na cidade de Merowe, no norte do Sudão, em 14 de agosto de 2007 (Foto Isam Al-Haj/AFP via Getty Images)

Assim que Al-Bashir assumiu o poder no Sudão por meio de um golpe militar, ele imediatamente suspendeu a constituição, aboliu a legislatura e proibiu a formação de partidos políticos e sindicatos.

Seu exército tem rotineiramente bombardeado civis e torturado e massacrado pessoas não-árabes. A guerra civil de 20 anos custou a vida de 2 milhões de pessoas e arruinou outros 4 milhões.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra Al-Bashir por crimes de guerra e crimes contra a humanidade pelos massacres em Darfur no oeste do Sudão. O TPI acusou-o de “assassinar, exterminar, estuprar, torturar e transferir à força um grande número de civis e saquear seus bens”.

4. Robert Mugabe, Zimbábue (no poder de 1980 a 2017)

Robert Mugabe, o presidente do Zimbábue, durante a celebração de seus 90 anos em Marondera em 23 de fevereiro de 2014 (Jekesai Njikizana/AFP/Getty Images)
Robert Mugabe, o ditador do Zimbábue, durante a celebração de seus 90 anos em Marondera em 23 de fevereiro de 2014 (Jekesai Njikizana/AFP/Getty Images)

Mugabe foi eleito primeiro presidente do Zimbábue, mas ao longo dos anos, tornou-se cada vez mais ditatorial. A partir de 1988, a expectativa de vida no Zimbábue diminuiu de 62 para 38 anos.

Ele reescreveu a constituição de forma a conceder a si mesmo um poder quase inexpugnável. Quando o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, recebeu 42% dos votos, Mugabe mandou prendê-lo e o acusou de traição.

Só em 2002, de acordo com a organização Anistia Internacional, o governo de Mugabe matou ou torturou 70 mil pessoas. O desemprego foi superior a 80% e a inflação foi de 500%.

Em 2008, seus apoiadores atacaram a oposição, matando 163 e torturando ou espancando 5.000 pessoas.

Em 21 de novembro de 2017, Mugabe foi destituído graças à pressão popular e após um golpe militar, depois de 37 anos de poder autoritário.

5. Bashar Al-Assad, Síria (no poder de 2000 até o presente)

(Pool Benainous/Housfield/Getty Images)
(Pool Benainous/Housfield/Getty Images)

Desde que assumiu o cargo no lugar de seu pai em 2000, Assad só contribuiu para o sofrimento de seu povo. Nos protestos maciços que aconteceram em todo o país desencadeados pela Primavera Árabe, a brutal repressão de Assad contra os manifestantes levou a nação a uma guerra civil que causou mais de 400 mil vítimas em 2017.

Assad aprisionou, torturou e executou milhares de supostos adversários. Os prisioneiros, incluindo crianças, são eletrocutados, estuprados e suas unhas são arrancadas com alicates. Ele também foi acusado de usar armas químicas contra cidadãos não militantes.

Em fevereiro de 2016, o chefe da Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria, Paulo Pinheiro, disse a repórteres: “A enorme escala de mortes de prisioneiros sugere que o governo da Síria é responsável por atos que equivalem ao extermínio como um crime contra a humanidade.”

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