Militantes pró-Dilma atacam ativistas pacíficos na cerimônia de posse

02/01/2015 05:27 Atualizado: 02/01/2015 12:47

Durante a cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff ontem (1º), em Brasília, um grupo de militantes do PT, da CUT e de outras organizações sindicais atacaram ativistas que realizavam um protesto silencioso contra o governo na Esplanada dos Ministérios carregando balões negros simbolizando luto.

Gritando “Dilma! Dilma!” e “Fascistas!”, os militantes arrancaram e estouraram seus balões provocando a intervenção da Polícia Militar do Distrito Federal. Os ativistas reagiram com apitaço, deram rápida declaração à imprensa e tiveram que sair escoltados pela polícia.

Segundo um dos ativistas e membro do grupo Revoltados On-line, Marcello Reis, uma mulher chegou a ser fisicamente agredida. Ele também filmou, antes do incidente, um kit que segundo ele estaria sendo distribuído à militância pró-governo composto por sanduíche e suco ‘Su Fresh’. O Partido dos Trabalhadores havia anunciado o fretamento de mais de dois mil ônibus para levar militantes profissionais até Brasília.

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No entanto, baseado numa foto panorâmica da praça dos Três Poderes feita por um repórter da Foha de São Paulo no momento em que Dilma discursava no parlatório, o portal UOL generosamente estimou que haviam 4.200 pessoas na praça e que o total de pessoas presentes não passaram de seis mil. A PM-DF calculou 20 mil pessoas mas não respondeu à reportagem do UOL sobre a discrepância.

A posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 teve 71 mil pessoas presentes. No segundo mandato, em 2007, o público despencou para 10 mil pessoas. A primeira posse de Dilma, em 2011, contou com 30 mil pessoas.

Em 2 de dezembro do ano passado, o público que acompanhava a sessão de votação do PLN 36, a chamada Lei do Calote, foi expulso da galeria da Câmara dos Deputados com truculência pela Polícia Legislativa. Um professor de história, Alexandre Seltz, desmaiou após receber uma descarga elétrica de uma arma taser e uma senhora de 79 anos, Ruth Gomes de Sá, recebeu um golpe de gravata de um dos policiais.

A ordem partiu do senador Renan Calheiros, que presidia a sessão, atendendo à deputada Jandira Feghali, que alegou ter ouvido um xingamento, fato posteriormente negado pelos manifestantes presentes. A conturbada sessão terminou suspensa, mesmo com o condicionamento da liberação pelo Executivo de R$444 milhões para emendas dos parlamentares. A Lei do Calote, que isenta Dilma do crime de responsabilidade fiscal por violar o superavit primário, foi aprovada em nova sessão no dia 9 do mesmo mês.