Milei pretende demitir 70 mil funcionários públicos nos próximos meses

Medida faz parte de um conjunto de propostas econômicas para alcançar o equilíbrio fiscal na Argentina

Por Redação Epoch Times Brasil
28/03/2024 16:37 Atualizado: 28/03/2024 16:37

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que pretende demitir cerca de 70 mil servidores públicos nos próximos meses. Em uma declaração nesta quarta-feira (27), seu porta-voz, Manuel Adorni, confirmou que ao menos 15 mil dessas demissões devem ocorrer até o final deste mês.

O porta-voz de Milei ressaltou que os cortes serão implementados de maneira gradual e salientou a sensibilidade dessas medidas, considerando os empregos e os serviços prestados à população: “São questões sensíveis porque por trás há locais de trabalho e atendimento às pessoas”, disse. “O objetivo é chegar ao adequado. Se for 70 mil, que seja 70 mil, se for 15 mil, que fique em 15 mil. Precisamos ser extremamente cirúrgicos no trabalho para não cometer erros”, acrescentou. Adorni ainda esclareceu que as demissões não afetarão os funcionários de empresas públicas ou de programas sociais.

“O ajuste fiscal que fizemos tem muito de liquidificador. Há muito mais motosserra”, disse Milei. Durante o Fórum Econômico Internacional das Américas, na última terça-feira (26), realizado na cidade de Buenos Aires, o presidente argentino também criticou as políticas “populistas” dos governos anteriores. Milei destacou que as demissões no funcionarismo público visam aprofundar as políticas de arrocho fiscal implementadas por sua administração desde dezembro passado. Durante seu discurso, ele também descreveu a “situação desastrosa” herdada do governo de esquerda ao assumir o cargo e delineou as medidas adotadas nos primeiros 100 dias de governo.

“Nós, argentinos, nesta aventura populista, perdemos 80% de nossa renda: a consequência disso é que temos mais de 50% de pobres e 10% de indigentes”, disse o presidente, responsabilizando seus antecessores pela disparada da pobreza no país. O líder libertário reiterou o compromisso de seu governo com um ajuste fiscal robusto, caracterizado pela aplicação de medidas enérgicas representadas metaforicamente pela “motosserra” e o “liquidificador”. Ele afirmou: “Se quiséssemos agir rapidamente, teríamos que recorrer a ambas as ferramentas. Atualmente, ambas são amplamente utilizadas. Entre essas medidas, incluímos a eliminação de obras públicas, das quais me orgulho”.

Como parte das medidas para alcançar o equilíbrio fiscal, Milei anunciou em fevereiro o fechamento da agência de notícias estatal argentina Télam, uma das maiores agências de notícias em língua espanhola do mundo. O presidente alegou que a empresa era usada para “propaganda kirchnerista”.