Internautas chineses alegam o retorno da epidemia da SARS

23/02/2012 03:00 Atualizado: 05/09/2013 21:27

Postagens de blogues dizem que várias pessoas já morreram

Uma mulher passa por um aviso de precauções sanitárias, pendurado permanentemente diante de um hospital de Hong Kong, uma das cidades na linha de frente da epidemia de SARS em 2003 (Mike Clarke/AFP/Getty Images)
Uma mulher passa por um aviso de precauções sanitárias, pendurado permanentemente diante de um hospital de Hong Kong, uma das cidades na linha de frente da epidemia de SARS em 2003 (Mike Clarke/AFP/Getty Images)

Internautas chineses alertam sobre o retorno de uma doença mortal, alegando o reaparecimento da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na China, e que os oficiais do regime chinês não são confiáveis para garantir a segurança da população.

Postagens em blogues bem conhecidos como o Baidu, Tianya, e Weibo da China Continental e o Fórum Dourado de Hong Kong afirmam que: Os hospitais chineses estão recebendo mais uma vez pacientes da SARS; vários já morreram; e cerca de 100 pessoas estão em quarentena.

A SARS apareceu em 2003, infectando mais de 8.000 pessoas em 26 países, e causando 774 mortes, de acordo com um artigo do Jornal de Medicina Nova Inglaterra, que descreve a SARS como a primeira pandemia do século XXI.

De acordo com internautas, a SARS apareceu em dois locais no nordeste da China: Baoding, na província de Hebei; e na cidade de Dalian, na província de Liaoning. Moradores de Baoding também afirmaram aos repórteres do Epoch Times que havia casos da SARS na região.

Segundo um artigo do CNA, um serviço de notícias de Taiwan, em 23 de fevereiro, o Centro de Controle de Doenças (CCD) de Taiwan perguntou aos oficiais de Pequim se a SARS havia reaparecido. Mais tarde, o vice-diretor do CCD de Taiwan, Zhou Zhihao, anunciou que o Departamento de Saúde Pública da China negou que houvesse outro surto da SARS.

Oficiais de Hong Kong receberam a mesma resposta, de acordo com internautas.

Anderson Chen Xingchang postou uma mensagem no blogue Sina, “Sobre os boatos de que o Hospital No. 252 de Baoding encontrou pacientes com SARS recentemente, o Departamento de Saúde de Hong Kong comunicou-se com o Departamento de Saúde da China, e soube que os resultados iniciais não indicavam a SARS. Departamentos relacionados na China publicarão a informação depois.”

Em resposta as negativas oficiais, internautas lembraram-se que Pequim escondeu os fatos sobre a SARS em 2003. Um deles disse, “Fiquem alerta! Se vocês confiarem nos meios de informação da China Continental, mesmo que vocês confiem em 5% deles, vocês morrerão. Vocês ainda se lembram do que aconteceu quando irrompeu a SARS anos atrás?”

A farsa de 2003

Em 16 de novembro de 2002, o Hospital Popular de Heyuan, na província de Guangdong, atendeu um paciente, mais tarde identificado como o primeiro portador da SARS no mundo. Vários membros da equipe médica foram infectados, mas as autoridades chinesas negaram a existência de uma epidemia mortal.

Dois meses e meio depois, a SARS se espalhou pela região de Guangzhou. Para assegurar que não houvesse agitação civil durante o Congresso Popular Nacional e na Conferência Consultiva Política, dois importantes eventos anuais do Partido Comunista Chinês (PCCh), nenhuma grande mídia chinesa reportou sobre a situação.

Além disso, a Segurança Pública chegou a prender os supostos “boateiros”. Como resultado, durante o corre-corre do Ano Novo Chinês, a SARS disseminou-se rapidamente para todas as partes da China.

Em 2 de abril, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um aviso de viagem, seu primeiro alerta global contra viagens em seus 55 anos de história, aconselhando as pessoas a não viajar para Ghangdong ou Hong Kong. Nessa época, o ministro da Saúde Pública, Zhang Wenkang, anunciou, “É seguro viajar, trabalhar ou viver na China.”

Depois de duas tentativas falhas de convencer a mídia chinesa de reportar a verdade, o médico chinês do Hospital No. 301 do Exército da Liberação Popular, o Dr. Jiang Yanyong, descreveu a real situação a revista Time, que publicou sua carta aberta em 8 de abril de 2003.

Devido a pressão internacional, as autoridades chinesas tiveram de admitir que mentiram sobre a epidemia da SARS. Certo dia, os números oficiais de pacientes em Pequim saltaram de 37 para 339 casos, e continuaram crescendo até o fim da epidemia.

Logo após o episódio, Zhang Wenkang e Meng Xuenong, vice-líder do Partido em Pequim, foram destituídos de seus cargos, servindo como bodes expiatórios pelo acobertamento do incidente. O então presidente chinês Jiang Zemin fugiu para Shanghai numa tentativa de evitar ser infectado.

O Epoch Times acompanhou a história desde seu surgimento, publicando pela primeira vez sobre a crise em fevereiro de 2003. Em março, quando a mídia estatal chinesa tentou acobertar a verdade e outras mídias chinesas no exterior não prestavam atenção na SARS, o Epoch Times produziu mais de 300 artigos relatando sobre a SARS, e enviando repetidos alertas as pessoas ao redor do mundo.