Finda a eleição, presidente do TSE, ex-advogado do PT, propõe ‘pacificação’

27/10/2014 21:05 Atualizado: 27/10/2014 21:05

Ao fim de uma campanha marcada por calúnias, difamações e denúncias de corrupção, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Dias Toffoli, afirmou que agora se deve buscar a “pacificação”.

“Todo o poder Judiciário deseja que a nação saia fortalecida. O processo democrático não é para dividir, é para somar. O desejo da Justiça é a pacificação. A disputa eleitoral acabou”, disse, logo após anunciar a vitória da presidente Dilma Rousseff sobre Aécio Neves.

Para o presidente da corte, passadas as eleições, é importante a sociedade estar “unida”. “Temos de pensar na necessidade de desenvolvimento desta nação, que é a quarta maior democracia do mundo”, afirmou.

Toffoli ressaltou ainda que a eleição teve muitas emoções e “uma tragédia no meio”, referindo-se à morte do candidato Eduardo Campos (PSB), em agosto.

O ministro minimizou o alto índice de abstenção, que atingiu neste ano 21,09%, cerca de 30 milhões de eleitores, o maior volume já registrado na história.

“No Brasil, o voto é obrigatório. Todavia, para quem não vota há uma penalidade em torno de três reais. Comparativamente a outros países, o comparecimento no Brasil é muito elevado. A Justiça Eleitoral organiza as eleições de maneira segura e tranquila para os eleitores se dirigirem às sessões eleitorais”, afirmou, acrescentando que apresentará, “em momento oportuno”, as lições das eleições de 2014.

O ministro Luiz Fux também comentou o índice: “A liberdade de expressão inclui ainda o direito do cidadão não se expressar”. A dez dias das eleições, o TSE mudou as regras para as propagandas eleitorais gratuitas em cadeia nacional de rádio e televisão, passando a vetar os ataques entre os candidatos – a proibição não se estendeu às entrevistas, debates e outros meios de comunicação.

De acordo com Toffoli, a alteração resultou em “notável” melhoria da qualidade dos programas das duas candidaturas.

O presidente do TSE retrucou o questionamento feito por alguns a respeito da mudança, encarada pelos críticos como censura. “Essa eleição presidencial foi a de menos concessão de direito de resposta e menos cortes nos horários eleitorais gratuitos. Cadê a censura?”, respondeu.

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