EUA acusa Rússia de usar cidadãos americanos como “moeda de troca”

Por Agência de Notícias
29/03/2024 19:14 Atualizado: 29/03/2024 19:58

No primeiro aniversário da prisão do jornalista Evan Gershkovich, do The Wall Street Journal, os Estados Unidos acusaram Moscou nesta sexta-feira (29) de usar cidadãos americanos como “moeda de troca”. O americano está detido na Rússia.

“Continuaremos a denunciar e a impor custos às tentativas flagrantes da Rússia de usar os americanos como moeda de troca”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em comunicado.

Gershkovich, de 33 anos, foi preso no final de março de 2023 em Ecaterimburgo, na região dos Urais, e em 7 de abril foi formalmente acusado de espionagem pelo Serviço Federal de Segurança russo (FSB).

De acordo com o FSB, ele estava “coletando informações secretas por encargo do lado americano sobre as atividades de uma das empresas do complexo industrial militar russo”.

No início desta semana, a justiça russa prorrogou a prisão dele até 30 de junho.

Biden disse que os EUA continuarão a trabalhar “todos os dias para garantir sua libertação” e continuarão a “permanecer firmes” contra todos aqueles que “buscam atacar a imprensa ou atacar jornalistas, os pilares de uma sociedade livre”.

“O jornalismo não é um crime, e Evan foi à Rússia para fazer seu trabalho como repórter, arriscando sua segurança para esclarecer a verdade sobre a agressão brutal da Rússia contra a Ucrânia”, afirmou.

Em um comunicado de tom semelhante, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que, até o momento, “a Rússia não forneceu nenhuma evidência de irregularidade”, porque “Evan não fez nada de errado”.

“O jornalismo não é um crime. No ano que se seguiu à detenção injusta de Evan, o cenário da imprensa russa, já restritivo, tornou-se mais opressivo, com um ataque contínuo a vozes independentes que visam qualquer forma de dissidência”, afirmou.

Blinken lembrou Paul Whelan, ex-fuzileiro naval, que foi preso em Moscou no final de 2018 e condenado por espionagem a 16 anos de prisão em 2020.

Os EUA “continuam empenhados em trazer Evan e Paul para casa”, disse o chefe da diplomacia americana.

“As pessoas não são moedas de troca. A Rússia deve acabar com sua prática de deter arbitrariamente pessoas por influência política e deve libertar imediatamente Evan e Paul”, acrescentou.