Coreia do Norte dispara possível míssil balístico no mar após Kim Jong-Un prometer reforçar capacidades militares

'Achamos realmente lamentável que a Coreia do Norte tenha continuado a disparar mísseis desde o ano passado', afirma primeiro-ministro do Japão

05/01/2022 15:46 Atualizado: 05/01/2022 15:46

Por Aldgra Fredly

A Coreia do Norte disparou um possível míssil balístico em sua costa leste na quarta-feira, afirmaram autoridades do Japão e da Coreia do Sul, apenas uma semana após seu líder, Kim Jong-un, prometer reforçar as capacidades militares da Coreia do Norte em meio à instabilidade na Península Coreana.

O Ministério da Defesa japonês relatou em um comunicado que um possível míssil balístico foi disparado da Coreia do Norte por volta das 8h07 de quarta-feira. O projétil voou cerca de 500 quilômetros (cerca de 310 milhas) e pousou fora da zona econômica exclusiva do Japão.

Nenhum dano foi relatado como resultado do incidente até agora, afirmou o ministério.

Após o relatório, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ordenou que o ministério colete e analise qualquer informação relacionada ao incidente e que quaisquer atualizações sejam comunicadas ao público.

Kishida também instruiu as autoridades a confirmar a segurança de navios e aviões na área onde o projétil teria pousado.

“Achamos realmente lamentável que a Coreia do Norte tenha continuado a disparar mísseis desde o ano passado”, declarou ele a repórteres.

Kishida afirma que outros detalhes sobre o lançamento norte-coreano não estão disponíveis imediatamente, incluindo onde o suspeito míssil caiu e se houve algum dano.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul declarou que a Coreia do Norte lançou o míssil para o leste na manhã de quarta-feira, acrescentando que está atualmente analisando o lançamento com as autoridades de inteligência dos EUA.

O lançamento do míssil ocorreu após Kim Jong-un prometer em seu discurso de Ano Novo reforçar as capacidades militares da Coreia do Norte e desenvolver “sistemas de armas de alta tecnologia” em resposta à “situação desestabilizadora” na Península Coreana.

A Coreia do Sul tem pressionado por uma declaração para acabar com a Guerra da Coreia de 1950-53, que terminou em um armistício, como forma de aliviar as tensões na Península Coreana. No entanto, a Coreia do Norte insiste que qualquer tratado formal para acabar com a guerra deve primeiro ser precedido pelo fim das “hostilidades” dos EUA em relação a Pyongyang.

Os Estados Unidos reiteraram que “não possuem intenção hostil” em relação a Pyongyang e expressaram disposição para reunirem-se com a Coreia do Norte para negociações sem pré-condições.

Enquanto Kim falou de “questões de princípios e algumas direções táticas a serem mantidas nas relações inter-coreanas e assuntos externos”, o líder norte-coreano não mencionou as negociações de seu país com os Estados Unidos e a Coreia do Sul em seu discurso.

Apesar da falta de resposta da Coreia do Norte aos pedidos de declaração do fim da guerra, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, afirmou que continuará buscando um “caminho irreversível para a paz” com a Coreia do Norte até o final de seu mandato de cinco anos, em maio.

Moon prometeu “institucionalizar a paz sustentável” com a Coreia do Norte, enfatizando que a “comunidade internacional responderá” se ambos os lados retomarem o diálogo e a cooperação.

“O governo buscará a normalização das relações inter- coreanas e um caminho irreversível para a paz até o fim. Espero que os esforços de diálogo continuem no próximo governo também”, declarou Moon em seu último discurso de Ano Novo.

A Associated Press contribuiu para esta reportagem.

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