Participando de evento do Partido Comunista Chinês, Gleisi Hoffmann critica Elon Musk e diz que ele é uma “ameaça à democracia”.

Por Fernanda Salles
11/04/2024 17:57 Atualizado: 11/04/2024 17:57

Na terça-feira, dia 9, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para criticar Elon Musk. Hoffmann está na China para participar de um seminário que celebra a parceria entre o ditatorial Partido Comunista Chinês e o PT. A petista, aliada de longa data da ditadura chinesa, alegou que Elon Musk está tentando impor uma ditadura no Brasil ao recusar-se a cumprir as ordens de censura impostas por autoridades brasileiras aos perfis na plataforma X.

“Ditadura é o que Musk quer impor ao Brasil, passando por cima do estado de direito e das instituições em nosso país. O dono da rede X age em sintonia com a extrema-direita global para ameaçar a democracia em nosso país”, escreveu.

Gleisi utilizou sua conta no X para direcionar críticas a Musk. No entanto, a rede social é proibida para os cidadãos chineses. Essa censura não afetou a presidente do PT, aliada dos censores do Partido Comunista Chinês.

A deputada federal comemorou a realização do VII Seminário Teórico, um evento que promoveu o diálogo entre o Partido Comunista Chinês e o Partido dos Trabalhadores. Durante seu pronunciamento em Pequim, a parlamentar fez a leitura de uma carta redigida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destinada aos integrantes do Partido Comunista da China. Na correspondência, Lula recordou a sua última visita ao país asiático e enfatizou a relevância, em sua visão, do fortalecimento dos vínculos comerciais entre Brasil e China.

Gleisi Hoffmann elogiou o PCCh dizendo que o partido possui um histórico de combate à pobreza e desigualdade. Porém, a petista não citou, que o regime chinês vem deletando sistematicamente vídeos na internet que mostram a pobreza no país. 

De acordo com o jornalista Li Yuan, do New York Times, a agência estatal Administração do Espaço Cibernético da China, controlada pelo Partido Comunista, admitiu que reprimiria a publicação de vídeos ou postagens que, segundo o entendimento do próprio partido, “manipulassem deliberadamente a tristeza, incitassem a polarização, gerassem informações nocivas que manchassem a imagem do Partido e do governo, e prejudicassem o desenvolvimento socioeconômico”.

A parlamentar do PT, curiosamente, não mencionou a “Grande Fome de Mao”, um período sombrio na história da China que se estendeu de 1948 a 1952. Durante esse tempo, o líder Mao Tsé-Tung implementou políticas restritivas que resultaram na morte de aproximadamente 45 milhões de chineses.

Com a censura presente tanto no Brasil quanto na China, PT e PCCh celebram o alinhamento entre suas ideologias e objetivos sombrios para seus respectivos países.