Dilma e Fifa recebem vaias na abertura da Copa

13/06/2014 Brasil

Mesmo com todo o zelo dos assessores do Planalto, a presidente Dilma Rousseff voltou a ser vaiada nesta quinta-feira (12), ao menos três vezes, após a cerimônia de abertura da Copa do Mundo e durante o jogo na Arena Corinthians (Itaquerão), em São Paulo. Depois do show, que teve quatro atos, a pedido do locutor oficial os torcedores aplaudiram os operários que reformaram os estádios da Copa. Na sequência, emergiu um coro reprovando a presidente.

“Ei, Dilma, vai tomar no c…”, bradaram grande parte dos torcedores, emendando em vaias que ecoaram no estádio lotado com 60 mil pessoas. Logo antes, quando anunciada a presença do presidente da Fifa, Joseph Blatter, a entidade também recebeu uma salva de vaias.

O protesto foi curto, mas suficiente para provocar visível desconforto entre as autoridades. Após a execução do hino nacional, houve nova sessão de vaias dirigidas nominalmente à presidente, já com as seleções brasileira e croata em campo.

No segundo tempo, Dilma voltou a ser hostilizada, pela terceira vez. Quando o telão do estádio reprisou a imagem de Rousseff comemorando o segundo gol de Neymar, a torcida repetiu o coro.

A presidente, acompanhada na tribuna de honra por Blatter e outras autoridades, não teve em nenhum momento seu nome anunciado e também não discursou. O que representou a primeira vez em 30 anos de Mundial em que esse protocolo, de o chefe de Estado do país-sede se pronunciar, foi quebrado. O presidente da Fifa também não falou.

Em vez de declarações oficiais na abertura da Copa, três crianças entraram em campo e soltaram pombas brancas simbolizando a paz. Um forte esquema de segurança escoltou a presidente.

No Congresso da Fifa, esta semana em São Paulo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, declarara à imprensa que Dilma desistiu de ir a outros jogos, com exceção da abertura e da final.

Há um ano, na Copa das Confederações, a presidente também foi presencialmente vaiada pelo público no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Na ocasião, constrangido, Joseph Blatter chegou a cobrar: “Onde está o respeito, onde está o fair play?” Sendo vaiado também.