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Representante de órgão consultivo da UE condena interferência de Pequim nos teatros europeus

06/11/2018

Por Annie Wu, Epoch Times

Um membro do órgão consultivo empresarial da União Europeia condenou as recentes tentativas do regime chinês de influenciar os teatros europeus.

Nos últimos meses e anos, os principais teatros de toda a Europa receberam cartas ou visitas pessoais de diplomatas chineses que exigiam não apresentar um espetáculo tradicional chinês em particular, caso contrário, as relações com a China estariam em jogo — assim dizia a mensagem no geral.

O objetivo do regime chinês era o Shen Yun, uma companhia de artes cênicas sediada nos Estados Unidos e fundada por artistas chineses no exílio.

Os meios de comunicação europeus revelaram várias vezes as situações em que os consulados chineses e seus agentes em todo o mundo pressionaram os teatros a não alugar seu espaço para o Shen Yun, ou tentaram coagir os funcionários do governo a não comparecer às apresentações nem prestar seu apoio à companhia de dança.

Que a China “interfira em nossa vida cultural não é aceitável”, disse Henri Malosse, representante francês perante o Comitê Econômico e Social Europeu, um órgão consultivo da União Europeia (UE) que lida com empresas, sindicatos e outros grupos de interesse econômico. Malosse foi presidente do comitê entre 2013 e 2015.

“Onde está a liberdade de expressão e de cultura na Europa?”, disse Malosse em uma recente entrevista à rede de televisão irmã do Epoch Times, a NTD. Ele lamentou que os países europeus se submetam cada vez mais à “atitude hegemônica chinesa”.

O francês Henri Malosse, ex-presidente do Comitê Econômico e Social Europeu, órgão consultivo da União Europeia com sede em Bruxelas, fala com um correspondente da Agência France Press (AFP) em Moscou em 26 de julho de 2013 (Kirill Kudryavtsev/AFP/Getty Images)
O francês Henri Malosse, ex-presidente do Comitê Econômico e Social Europeu, órgão consultivo da União Europeia com sede em Bruxelas, fala com um correspondente da Agência France Press (AFP) em Moscou em 26 de julho de 2013 (Kirill Kudryavtsev/AFP/Getty Images)

Por que a China ataca um espetáculo cultural? De acordo com o site do Shen Yun, o objetivo da empresa é reviver 5.000 anos da civilização chinesa através da música e da dança. Este é um feito impossível na China Continental, onde a ideologia ateísta do Partido Comunista destruiu elementos da história e da cultura chinesas desde que assumiu o poder.

Algumas das danças do Shen Yun também tratam de temas contemporâneos sensíveis que Pequim considera tabu, como a perseguição contra a disciplina espiritual do Falun Dafa.

Malosse comparou as tentativas de Pequim de censurar o Shen Yun na Europa com a era da Alemanha nazista, quando os espetáculos de alemães de origem judaica foram proibidos.

“Não podemos aceitar essa interferência e me recuso a permitir que o regime chinês continue com essa atitude fascista e antidemocrática”, disse ele.

Malosse acredita que as tentativas da China de prejudicar o Shen Yun são uma extensão do seu comportamento agressivo em todo o mundo, seja no comércio ou na diplomacia — incluindo o uso da influência financeira chinesa, como por exemplo através da iniciativa Um Cinturão, Um Caminho — com o objetivo de pressionar os países envolvidos a se colocarem do lado dos planos de Pequim.

O representante francês argumentou que havia assistido a um show do Shen Yun alguns anos atrás em Paris e que tinha uma boa opinião sobre sua apresentação “encantadora — não falsa, não superficial” da cultura tradicional chinesa.

“Shen Yun é o melhor embaixador da verdadeira China”, acrescentou. “Ele investiga em profundidade as tradições e a longa e rica história da China.”

Colaborou: Lixin Yang, da NTD